Não falamos do mesmo modo que escrevemos. Na fala há uma rapidez, um fluir que não há na escrita. Na escrita podemos reparar danos, melhorar, intensificar. Na fala, não. Se bem que o que escrevemos perdura no tempo, tem uma longevidade imensa, o que dizemos esfuma-se rapidamente.
Admiro o livro que ando a ler por o relato dos convidados ter sido transcrito para o papel na sua forma 'falada', tal como lhes saiu vocalmente, pelo que me é dado a ver é nisso que creio.
Descobri mais um trecho do livro que me agradou.
«Dedica-se a fazer (a realizar, a produzir, a promover) aquele que considero ser o mais nobre género cinematográfico, que é aquele que documenta a vida verdadeira das pessoas reais – simultaneamente feia que não se pode e linda de morrer. Que importa a ficção, será a realidade será sempre mais além, infinitamente mais rica de tudo: complexidade, estapafurdice, mistério, poesia, horror?»
In 'Infância, de quando eles eram pequeninos', Sarah Adamopoulos, em referência ao documentarista Serge Tréfaut
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