terça-feira, 3 de julho de 2012

Papel Cavalinho

Lá vem ela outra vez, desta feita com uma pintura na mão. Quer oferecer-ma. Eu havia elogiado uma vez mais o desenho das túlipas e ela veio-mo trazer, alegre como só ela sabe estar. Senti-me um bocado culpada, dei lugar àquela mesquinhez de quando a gente transforma os bons intentos em ruindades, o meu medo era que com o elogio pejado de efusividade que fiz ao seu desenho, ela pensasse que eu queria era a oferta do mesmo. Diz de rajada que não senhora, ora essa, deixe lá esse pensamento, eu sei que a Gina não me estava a pedir nada.
Agora tenho uma pintura a óleo num pedaço de papel cavalinho a caminho duma das paredes da minha casa.
A vida é boa, escrever é bom. Escrever enaltece certos sentimentos, conhecem-se pessoas, vivem-se momentos prazerosos. O difícil é a gente receber amabilidades e simpatias doutras pessoas se não nos dermos a essas pessoas, apenas recebemos depois de darmos. Dar para receber... Este é um dos melhores ensinamentos que o ato de escrever me trouxe.

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