sexta-feira, 16 de abril de 2010

14:17


Estou aqui a fazer nada. A fazer nada, não, que o fazer já implica alguma coisa. Estou aqui, pronto.
Penso. Se penso já estou a fazer alguma coisa, não estou sem fazer nada. Penso em posts assim como este.

Não sei se é por força do hábito que tenho de escrever manualmente em público, parece que as pessoas deixaram de se espantar com esta minha postura absorta e escrevedora. Talvez esteja eu absorta, então. Pois, se estou absorta sou eu que não dou pelas pessoas. Estou num país distante ou que raio é isto.

Às vezes olho lá para o fundo e vejo-me. Tenho medo de me ver lá. Tenho medo de estar lá. Tenho medo que isto seja mau sinal. Mesmo assim ainda tenho uma molhada de medos...

O vazio da mente, o estar sem fazer nada, a falta de assunto para explorar, não é tão negativo assim, é até frutífero. A mente vazia é uma tela em branco que depois pinto com as cores que quero.

Acordei. A cadeira onde estou sentada é cor-de-laranja. O senhor ao meu lado já dormia quando aqui cheguei e ainda dorme. Numa cadeira igual.
São 14:28. Tenho que sair daqui para parar mais adiante.


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