A rica filha diz(ia) geladeira em vez de geleira. Fiz grande espanto quando descobri e corrigi-a, provocando-lhe grande pânico com a ideia de que fala mal a nossa língua que é por ela estudada e também mui amada.
Possivelmente estarão as duas palavras bem ditas, não sei se estão ou não. Mesmo não sabendo e não fazendo qualquer pesquisa para descobrir, porque se através da pesquisa eu descobrisse que estou errada, este post deixaria de ter razão para existir, apresento já de seguida o giro da questão. E o giro da questão é isto:
Passeávamos ambas pelos corredores enormes de um dos hipermercados que existem nesta cidade capital da saloiada. Passeávamos mas também andávamos às compras. Chamo agora a atenção para a conversa que se segue e para isto: o verde é a rica filha e o lilás sou eu...:
- Combinámos que o Hugo compra os sumos porque ele é que leva a geladeira.
- Geladeira?! Geleira, pá!
- Quê, não me digas que se diz geleira!
- Pois diz. Pelo menos eu chamo assim...
- Oh...
- ...
- Então... eu a dizer geladeira ao Hugo e tudo e ele nem me desmentia! Oh, também o Hugo não me costuma desmentir nestas coisas, confia que eu sei.
- Confia piamente?
- Sim.
- Hum... então se lhe contares vai deixar de confiar.
Aproximámo-nos do corredor do material de campismo. Finalmente a rica filha ia saber como se diz geladeira... Simulou o andar de alguém que teme qualquer coisa que está prestes a rebentar. Teatraliza uma cena aproximando-se sorrateiramente, com um desejo muito forte, misturando o medo e o prazer da descoberta.
Segue nova conversa:
- Oh!... Diz-se mesmo geleira! Que horror, mãe, andei anos enganada!
- Pois...
- Já estou mesmo a ver... tu vais pôr isto no teu blogue...
- Se calhar...
- Oh! Eu não me importo desde que fales do meu pânico.
- Claro que vou falar do teu pânico, o teu pânico é que é giro nisto tudo. O pior é se eu escrevo mas só consigo transmitir às pessoas a parte da geladeira e ficarem todos a pensar que não sabes falar...
- Vê se escreves como deve ser p'ra todos verem o pânico!
Já está! Escrito está... E o pânico, 'viu-se'?