Gina Maria, tu não penses que sabes tudo e que conheces as pessoas, ouviste?! Não é por te entrar um guedelhudo na loja que vais vender um frasco de champô, ok?!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Dias de um ginásio
A próxima vez que vender sacos pretos para o lixo vou, assim como não querendo saber, perguntar se é para fazer algum casaco. Tenho que usar de grande engenho nas palavras, mais ou menos como no caso da campainha*, vá.
E vou perguntar porquê? Ora bem, vou perguntar porque eu hoje vi uma rapariga no ginásio com um casaco feito daquele material. É por isso que eu vou perguntar.
*Ver dois ou três posts atrás ou lá que é.
E vou perguntar porquê? Ora bem, vou perguntar porque eu hoje vi uma rapariga no ginásio com um casaco feito daquele material. É por isso que eu vou perguntar.
*Ver dois ou três posts atrás ou lá que é.
O negócio
O dono de uma loja chinesa - um chinês, portanto - perguntou-me como ia o negócio, se eu estava a vender bem e assim. Aparentemente não está a vender nada e o bicho não quer estar sozinho no declive. A tal da crise já os atingiu, pobrezitos.
Campainha
Eh pá, a gente ter que perguntar ao cliente se porventura não estará um pouquito surdo e tal e se será por isso que não ouve bem o toque e coiso... É uma treta do caraças!
domingo, 30 de maio de 2010
Summertime
Summertime and the livin' is easy
Fish are jumpin', and the cotton is high
Your Daddy's rich and your Mama is good lookin'
So, hush, little baby don't you cry
One of these mornings you're gonna rise up singin'
You're gonna spread your wings and take to the sky, take to the sky
But until that mornin' there's nothin' that can harm you
With Daddy and Mommy standin' by
Summertime
Yes, it's the time, I'm talking about summertime
And the livin', summer living, and the living is so fine
Fish are jumpin', and the cotton is high
Your Daddy's rich, he's rich, your Daddy's filthy rich
And your Mama, hot Mama, your Mama's so good lookin'
So, hush, little baby don't you cry
Summertime and the livin' is easy
Fish are jumpin', and the cotton is high
Your Daddy's rich and your Mama is good lookin'
So, hush, little baby don't you cry
Ouvi dizer na Radio que é a canção mais perfeita que existe.
Eu só sei ouvir que é uma canção muito bonita e ponto final: .
Fonte: vagalume.br
Sonho
Sonhei que um blogger tinha escrito um post dizendo todo o mal possível do meu blogue.
Hum...
...
...
Já houve tempo em que achava que dava nas vistas. Hoje estou desenganada. Também sei que o bom de dar nas vistas é independente de se dizer bem ou mal. E que o 'não se dar por mim' por vezes é para lá de bom. É conforme.
Por ora aproveito isto de 'não se dar por mim' e ando aqui a ver se me habituo a retratar pessoas, o que normalmente dispenso. Mas ando aqui a ver se me habituo.
Lisboa, 28 de maio de 2010
Hum...
...
...
Já houve tempo em que achava que dava nas vistas. Hoje estou desenganada. Também sei que o bom de dar nas vistas é independente de se dizer bem ou mal. E que o 'não se dar por mim' por vezes é para lá de bom. É conforme.
Por ora aproveito isto de 'não se dar por mim' e ando aqui a ver se me habituo a retratar pessoas, o que normalmente dispenso. Mas ando aqui a ver se me habituo.
Lisboa, 28 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
O suspiro de uma mãe
Vai pá terra agora... Diz ela vendo o carro afastar-se, orgulhosa do feito da filha que já conduz e se desembaraça mas sentindo uma saudade antecipada pela partida. Depois supera e oferece-me uma visão de soberba felicidade estampada nas faces rosadas: A gente tamém imos mais logo à tarde!
Diminuto
O homem do tambor tem os olhos pequeninos. Pousado no nariz tem um par de óculos cujas lentes parecem o fundo de um copo de três e lhe diminuem os olhos. E por falar em copo de três, o bicho gosta da pinga!
Mas era dos olhos pequeninos que eu queria escrever, a pinga hoje interessa pouco.
Ele senta-se na esplanada, bengala em cima da mesa não vá cair e depois não há ligeireza para a apanhar, chapéu nos chamiços por causa do tempo, cigarro nos queixos que o vício é grande. E depois há os olhos... Os olhos dele perdem-se em nenhures, não vêem nada nem ninguém, como se estivesse frente à cortina corrida no fim de um espectáculo e sentado na sala quando todos já foram embora.
Eu queria ter uns olhos daqueles que não vêem, ver é amar sofrendo. Os meus olhos não andam atrás de lentes grossas, são enormes e ainda por cima falam...
Mas era dos olhos pequeninos que eu queria escrever, a pinga hoje interessa pouco.
Ele senta-se na esplanada, bengala em cima da mesa não vá cair e depois não há ligeireza para a apanhar, chapéu nos chamiços por causa do tempo, cigarro nos queixos que o vício é grande. E depois há os olhos... Os olhos dele perdem-se em nenhures, não vêem nada nem ninguém, como se estivesse frente à cortina corrida no fim de um espectáculo e sentado na sala quando todos já foram embora.
Eu queria ter uns olhos daqueles que não vêem, ver é amar sofrendo. Os meus olhos não andam atrás de lentes grossas, são enormes e ainda por cima falam...
Morreu tudo, pá! Porra! Só cá estou eu... Chiça! Eh pá... Só cá estou eu... Ai ai, ai ai!
Ele morre lentamente e eu assisto num misto de lamento e prazer.
Este meu sentir é vergonhosamente mórbido e crú, só que eu queria registá-lo. Este meu querer embala a vergonha e adormece-a. Ficam a morbidez e a crueza e com essas posso eu muito bem.
O senhor Rodrigues morre não tarda nada...
Noutro dia contou-me que foi à médica. Ao olhar as análises esta disse-lhe que ele tem uma coisa, uma única coisa, que não se pode curar: é alérgico à vida, não deseja viver. A mulher ia chorando, diz. E ele sabe disso, da alergia, do não-viver. E eu assisto-lhe a solidão: morreu tudo, pá! Porra! Só cá estou eu... Chiça! Eh pá... Só cá estou eu... Ai ai, ai ai!
Este meu sentir é vergonhosamente mórbido e crú, só que eu queria registá-lo. Este meu querer embala a vergonha e adormece-a. Ficam a morbidez e a crueza e com essas posso eu muito bem.
O senhor Rodrigues morre não tarda nada...
Noutro dia contou-me que foi à médica. Ao olhar as análises esta disse-lhe que ele tem uma coisa, uma única coisa, que não se pode curar: é alérgico à vida, não deseja viver. A mulher ia chorando, diz. E ele sabe disso, da alergia, do não-viver. E eu assisto-lhe a solidão: morreu tudo, pá! Porra! Só cá estou eu... Chiça! Eh pá... Só cá estou eu... Ai ai, ai ai!
Uma fotografia por dia que bem iria... (46)
Lá estava eu no banco da minha rua preferida. Páro ali sem motivo, páro ali porque sim, é isso.
Distraída como de costume, senti o banco estremecer. Olhei para ver quem era e vi uma senhora já velha apoiar-se. Diz-me que tem que abrir a mala para tirar os óculos escuros, que o sol abriu. Sorri e disse-lhe umas quaisquer palavras de 'sim senhora pois que isto não se pode descuidar'. Vi-a afastar-se e lembrei-me: olha... podia tirar uma fotografia, deixa lá ver se vou a tempo. E fui, a mulher era lenta, muito lenta, tão lenta que tive que fazer tempo até ela ficar de bom tamanho.
Lisboa, 10 de maio de 2010
Distraída como de costume, senti o banco estremecer. Olhei para ver quem era e vi uma senhora já velha apoiar-se. Diz-me que tem que abrir a mala para tirar os óculos escuros, que o sol abriu. Sorri e disse-lhe umas quaisquer palavras de 'sim senhora pois que isto não se pode descuidar'. Vi-a afastar-se e lembrei-me: olha... podia tirar uma fotografia, deixa lá ver se vou a tempo. E fui, a mulher era lenta, muito lenta, tão lenta que tive que fazer tempo até ela ficar de bom tamanho.
Lisboa, 10 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Uma fotografia por dia que bem iria... (45)
Dois adolescentes - muito adolescentes ainda - vinham conversando quando a páginas tantas um deles exclama todo contente:
- Olha uma chave igual à minha!
O que exclamara levantou a chave e alinhou-a com a imagem. Juntaram as cabeças para ver.
- Ya, é mesmo igual! - Diz o outro completamente vidrado com a descoberta do colega.
O primeiro dos dois ficou ainda mais feliz. Depois foi a minha vez...
Lisboa, 28 de maio de 2010
- Olha uma chave igual à minha!
O que exclamara levantou a chave e alinhou-a com a imagem. Juntaram as cabeças para ver.
- Ya, é mesmo igual! - Diz o outro completamente vidrado com a descoberta do colega.
O primeiro dos dois ficou ainda mais feliz. Depois foi a minha vez...
Lisboa, 28 de maio de 2010
Sonho
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Imagem
Há imagens que me sabem bem ver. É como admirar um quadro, só que não estou em nenhum museu mas sim na vida real, aquela que mexe e gira.
Por exemplo: a imagem de uma senhora com o cabelo solto e desgrenhado em bicos de pés para chegar à campainha da cabeleireira é uma dessas imagens que sabem bem, que me vivificam...
Por exemplo: a imagem de uma senhora com o cabelo solto e desgrenhado em bicos de pés para chegar à campainha da cabeleireira é uma dessas imagens que sabem bem, que me vivificam...
Dias de um ginásio
Dois monitores (um monitor e uma monitora) apalpavam-se mutuamente. Ela mostrava os glúteos redondos e empinados e ele os bíceps altos e bem definidos. E apalpavam-se, literalmente. Sem malícia, creio, pois não lha notei nos rostos. Isto da malícia está na cabeça das pessoas e, posso dizer, ao momento dos toques a minha cabeça estava cheia dela...
terça-feira, 25 de maio de 2010
Uma fotografia por dia que bem iria... (44)
O ti Manel cortava umas pontinhas da pequena árvore que se encontra no pátio da minha vida.
- Não se pode deixá-los adiantar! - Exclama ele quando me avista - Era o que o Salazar dizia quando as pessoas começavam a levantar cabelo. Não se pode deixá-los adiantar!
Parei para o ouvir e fiquei ali vendo-o podar a árvore. Depois, à laia de desculpa, ele continua:
- Esta árvore trouxe eu ali da alameda. Quando chega a este tempo tenho que a cortar a ver se ela cresce a direito.
Lá que está crescida, está, pensei eu. Mas está um bocado acachapada... O ti Manel tem que ver melhor aquilo...
Lisboa, 5 de maio de 2010
- Não se pode deixá-los adiantar! - Exclama ele quando me avista - Era o que o Salazar dizia quando as pessoas começavam a levantar cabelo. Não se pode deixá-los adiantar!
Parei para o ouvir e fiquei ali vendo-o podar a árvore. Depois, à laia de desculpa, ele continua:
- Esta árvore trouxe eu ali da alameda. Quando chega a este tempo tenho que a cortar a ver se ela cresce a direito.
Lá que está crescida, está, pensei eu. Mas está um bocado acachapada... O ti Manel tem que ver melhor aquilo...
Lisboa, 5 de maio de 2010
Telefonema
Ligaram perguntando se eu sabia a cor da tubagem das águas pluviais. Ainda pensei que era daquele tipo de telefonemas que se faziam antigamente mangando das pessoas que atendiam. Mas não. Só a cor, disseram. Ok, a cor não sei não senhor, respondi eu a medo, ainda pensando nos tais telefonemas de outros tempos. Ok, obrigadinho e adeus. Ok, de nada e boa tarde.
Nada de gozo. Nada de nada. Até tive pena... Se o gozo tem existido este post teria piada.
Nada de gozo. Nada de nada. Até tive pena... Se o gozo tem existido este post teria piada.
Faces nada ocultas
Alguém que diga àquela senhora de pele branquinha que o pó de arroz não se coloca tão próximo ao nariz, nem se escolhe um tom tão gritante, por favor. É que eu não tenho coragem...
?!
Lá em Angola a dona Lurdes comia limão com sal.
Claro está que desta frase pouco se percebe. Se eu disser que a frase é (talvez) curta porque o leitor não conhece a dona Lurdes, que se a conhecesse faria logo todo o filme que esta simples frase envolve, creio ser feio e desonesto para com ele. Eu que esmiúce o assunto que é para isso que aqui estou!
Mas, e já que agora estou com o egoísmo em alta, o que eu quero é que os leitores façam aquilo a que habitualmente se chama: ‘ler nas entrelinhas’. Quero é despejar a frase e esperar que entendam sem ter o trabalho de explicar.
Os leitores entendem (me)?!
Claro está que desta frase pouco se percebe. Se eu disser que a frase é (talvez) curta porque o leitor não conhece a dona Lurdes, que se a conhecesse faria logo todo o filme que esta simples frase envolve, creio ser feio e desonesto para com ele. Eu que esmiúce o assunto que é para isso que aqui estou!
Mas, e já que agora estou com o egoísmo em alta, o que eu quero é que os leitores façam aquilo a que habitualmente se chama: ‘ler nas entrelinhas’. Quero é despejar a frase e esperar que entendam sem ter o trabalho de explicar.
Os leitores entendem (me)?!
domingo, 23 de maio de 2010
Domingo, 23 de maio de 2010
O fim de semana tão preenchido que tive acabou-se. Mas como não há nada melhor que um dia a seguir ao outro...
De um encontro na escola
Rica filha:
- André, hoje vi-te a jogar matrecos!
Rico filho:
- Ya, eu ouvi-te a dizer que um dia vais casar com o Matías*. Nem precisei de olhar, vi logo que eras tu!
*Ver post anterior.
- André, hoje vi-te a jogar matrecos!
Rico filho:
- Ya, eu ouvi-te a dizer que um dia vais casar com o Matías*. Nem precisei de olhar, vi logo que eras tu!
*Ver post anterior.
Fã
A rica filha é fã incondicional do Matías Fernandez, jogador de futebol do Sporting e da selecção do Chile. Sabe tudo sobre ele, quando não sabe pesquisa na internet. E entretanto acabou por aprender alguns factos históricos do Chile, até já tem feito boa figura na aula de História, não sem dizer à stora que sabe o que sabe devido às pesquisas que faz por causa do jogador, que a rapariga é para lá de sincera e não se coíbe de dizer as verdades.
Um dia perguntei-lhe se podia escrever no blogue acerca deste seu interesse desmesurado. Disse que sim e até indicou a imagem que o ilustra.
Nota: imagem retirada da internet.
Um dia perguntei-lhe se podia escrever no blogue acerca deste seu interesse desmesurado. Disse que sim e até indicou a imagem que o ilustra.
Nota: imagem retirada da internet.
Comandar
No provador
Falta
O rico filho faltou a um teste porque adormeceu.
Hum...
...
...
Ora bem, não inventou patranha nenhuma para se desculpar e foi rápido e conciso aquando da informação: ‘Mãe, eu faltei ao teste de História porque adormeci’. Aliás, na justificação escreveu à letra porque tinha faltado: ‘Adormeci’. Rápido e conciso novamente…
...
...
Nada mais a acrescentar.
...
...
Hum...
...
...
Ora bem, não inventou patranha nenhuma para se desculpar e foi rápido e conciso aquando da informação: ‘Mãe, eu faltei ao teste de História porque adormeci’. Aliás, na justificação escreveu à letra porque tinha faltado: ‘Adormeci’. Rápido e conciso novamente…
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Nada mais a acrescentar.
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Uma fotografia por dia que bem iria... (43)
sábado, 22 de maio de 2010
Uma fotografia por dia que bem iria... (42)
sexta-feira, 21 de maio de 2010
A lista
Uma senhora pediu-me emprestada a lista telefónica e quando houve necessidade de apontar o número perguntou:
- A senhora quer ter a amabilidade de me arranjar um papelinho?
Hum, e se eu dissesse que não? É que na verdade eu até nem queria...
- A senhora quer ter a amabilidade de me arranjar um papelinho?
Hum, e se eu dissesse que não? É que na verdade eu até nem queria...
O preço
'Ah pois não é dado!' foi a resposta de um cliente depois de eu lhe fazer saber o preço de um artigo.
'Ah pois não é dado!' diz ele... Devia ser?!
Gostava de estudar a mente humana para descortinar certas coisas que ouço as pessoas dizerem. Era um gosto que eu tinha!
'Ah pois não é dado!' diz ele... Devia ser?!
Gostava de estudar a mente humana para descortinar certas coisas que ouço as pessoas dizerem. Era um gosto que eu tinha!
Grau
Tenho o grau de parvoíce cada vez mais elevado. Está no auge não tarda. Ainda hei-de rebentar com a escala.
Post com falta de título
O Sipipú é um gajo nada amigo da malta, nem sequer me mostra os dentes. Estou desejando que abale de cá.
Aquela pessoa
Há aquela mulher que foi à baixa e veio de metro para cima. Viajas frente a frente com ela e olha-la com curiosidade. Tem pousado no colo sacos de grandes casas, de lojas antigas. Lojas do tempo em que se chamava casas às grandes lojas. Nos sacos estão impressas as datas 1860 e 1923. Hum, casas muito antigas, sim...
O ar compenetrado que ela apresenta é o de uma mulher que quer ser uma senhora, olha para o chão com altivez. Olhar para o chão com altivez é um contra-senso porque olhar para o chão revela timidez, pensas. Tu achas que cada mulher é uma senhora e vice-versa, não compreendes este querer parecer. Já doutros quereres entendes tu.
«Din-don» soa a coluna de som do metro chamando à razão quem quiser sair na «Próxima Estação». A mulher/senhora/mulher levanta-se debaixo do mesmo olhar altivo, agora fita o vazio em frente. É que se aquela mulher/senhora/mulher não quer ir de encontro às coisas e arranjar nódoas negras é melhor levantar a cabeça, ao menos.
Saíu. Oh que pena, nada mais há de interessante para veres.
O ar compenetrado que ela apresenta é o de uma mulher que quer ser uma senhora, olha para o chão com altivez. Olhar para o chão com altivez é um contra-senso porque olhar para o chão revela timidez, pensas. Tu achas que cada mulher é uma senhora e vice-versa, não compreendes este querer parecer. Já doutros quereres entendes tu.
«Din-don» soa a coluna de som do metro chamando à razão quem quiser sair na «Próxima Estação». A mulher/senhora/mulher levanta-se debaixo do mesmo olhar altivo, agora fita o vazio em frente. É que se aquela mulher/senhora/mulher não quer ir de encontro às coisas e arranjar nódoas negras é melhor levantar a cabeça, ao menos.
Saíu. Oh que pena, nada mais há de interessante para veres.
Surpresa!
A vida para mim é uma constante surpresa: não sei para que lado vou cair, não sei quando me livrarei disto e também nunca sei o que vou almoçar.
Há mais, eu agora é que não me lembro...
Há mais, eu agora é que não me lembro...
Uma fotografia por dia que bem iria... (41)
Atraso
O que vou escrever de seguida só irá entender mesmo bem quem trabalhe numa loja de bairro como eu. De maneiras que vou dirigir-me aos meus colegas balconistas.
Sabes aquelas pessoas que têm montes de tempo, que a cada frase tua respondem logo 'ai deixe estar que eu tenho tempo'? São as que mais te empatam...
«Eh pá, é que é mesmo!»
É a resposta dos meus colegas, certamente. Os outros não terão tanta certeza, creio eu.
Sabes aquelas pessoas que têm montes de tempo, que a cada frase tua respondem logo 'ai deixe estar que eu tenho tempo'? São as que mais te empatam...
«Eh pá, é que é mesmo!»
É a resposta dos meus colegas, certamente. Os outros não terão tanta certeza, creio eu.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
O momento
O momento alto do dia foi aquele em que um mancebo me chamou senhora fantástica por existir cola epóxica nas minhas prateleiras prontinha a vender, ele que já tinha corrido tudo e não havia meio de encontrar.
Claro que eu preferiria ser chamada de fantástica por causa de outras coisas... Mas ok! Está-se bem na mesma.
Claro que eu preferiria ser chamada de fantástica por causa de outras coisas... Mas ok! Está-se bem na mesma.
O plano
O plano de austeridade apareceu para relembrar o salazarismo aos mais velhos. Por conseguinte estes farão saber aos mais novos como se vivia antigamente. No tempo deles, portanto. Toda a minha gente ficará acagaçada, porque segundo se consta vivia-se mal e com medo, e vão todos portar-se muito bem a ver se a gente se livra da austeridade, ai que horror. Depois viveremos, finalmente, num país sem crises. Fome e dívidas serão extintas. E outras coisas más também desaparecerão.
E o Sócrates passará a herói, estou agora a lembrar-me. Era giro...
E o Sócrates passará a herói, estou agora a lembrar-me. Era giro...
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Dias de um ginásio
Temos uma balança nova no balneário o que significa que o meu peso aumentou súbita e substancialmente devido ao curiosíssimo facto de que a antiga balança era uma querida e uma fofa e uma amiguinha das gentes nutridas em demasia.
Marcas
Os velhos são o grupo etário que mais atrai o meu olhar, talvez venha daí o facto de notar neles uma reciprocidade que não existe noutras idades. Os velhos têm sempre marcas profundas, boas ou más.
Sempre vejo e retrato a vida cruamente, nem sequer consigo escrever de outra forma que não seja esta. Se as marcas são boas ou más, não interessa. É a vida, é sempre a vida que faz as marcas. A vida, marcando visivelmente as pessoas, torna fácil o reparo que habitulamente lhes faço.
Nota:
Neste post, noutros já publicados e noutros que talvez venham a existir, escrevo velho no sentido literal da palavra, a minha ideia não é desprezar a velhice. Velho(a) é uma pessoa de idade avançada, só e simplesmente isso.
Sempre vejo e retrato a vida cruamente, nem sequer consigo escrever de outra forma que não seja esta. Se as marcas são boas ou más, não interessa. É a vida, é sempre a vida que faz as marcas. A vida, marcando visivelmente as pessoas, torna fácil o reparo que habitulamente lhes faço.
Nota:
Neste post, noutros já publicados e noutros que talvez venham a existir, escrevo velho no sentido literal da palavra, a minha ideia não é desprezar a velhice. Velho(a) é uma pessoa de idade avançada, só e simplesmente isso.
Entretanto
Por escrever o post anterior percebi que não devo comer alho para não piorar a visão da dona Adelina dos bolos e da mulher que vende caracóis na praça.
Alho
Pus-me a pensar que se a dona Adelina dos bolos e a mulher que vende caracóis na praça soubessem que eu como um alho cru partido aos bocadinhos todas as manhãs iam deixar de me ver com tão bons olhos.
Balcão
Falava-se de atendimento ao balcão, isto em termos das diferenças entre as diversas etnias, quando de repente e com convicção ela diz:
- Os pretos são tão fáceis de atender!
E eu, tão pronta como ela:
- Isso é porque nunca te apareceu um com umas narinas deste tamanho - faço um círculo com o polegar e o indicador - cheias de macacos toda à volta e com mais trinta centímetros que tu, para apreciares bem o espectáculo!
- Os pretos são tão fáceis de atender!
E eu, tão pronta como ela:
- Isso é porque nunca te apareceu um com umas narinas deste tamanho - faço um círculo com o polegar e o indicador - cheias de macacos toda à volta e com mais trinta centímetros que tu, para apreciares bem o espectáculo!
Fumo num filme
Por causa do fumo do post anterior lembrei-me de uma cena do filme 'Kiss me'que vi há tempos cuja fala é:
«Quando não souberes o que hás-de dizer a um homem, olha-o fixamente nos olhos e depois... Sopras-lhe o fumo para a cara. E isso, na cabeça dele, há-de querer dizer qualquer coisa. Mesmo que na tua cabeça só te queira dizer que lhe estás a baralhar completamente os cornos...»
«Quando não souberes o que hás-de dizer a um homem, olha-o fixamente nos olhos e depois... Sopras-lhe o fumo para a cara. E isso, na cabeça dele, há-de querer dizer qualquer coisa. Mesmo que na tua cabeça só te queira dizer que lhe estás a baralhar completamente os cornos...»
Fumo
O homem do tambor descai um pouco a cada dia. Lá estava ele sentado à mesa de uma esplanada, as mãos ocupadas com o copo de vinho, o cigarro e a bengala, o olhar fitando o nada.
Calhou ele estar no meio de uma conversa entre mim e a rapariga da porta ao lado. Ela fumava e queixava-se do frio e veio-me à cabeça perguntar-lhe se o cigarro não a aquecia. O homem do tambor meteu-se e diz numa voz rouca pelos anos de fumo:
- A mim não me aquece nem me arrefece!
Inclui-o na conversa, eu que sou uma boa alma, e para prolongar o debate perguntei-lhe se lhe sabe sempre bem o fumo e aquela coisa toda que o fumar envolve.
- É fumadora?
- Não.
Ante a minha resposta o bicho remata com desdém:
- Então fume e assim fica a saber!
OK, homem do tambor, queres matar a conversa à nascença porque és parvo. O que eu agora devia fazer era pedir à rapariga da porta ao lado para te mandar o fumo direito às ventas!
Calhou ele estar no meio de uma conversa entre mim e a rapariga da porta ao lado. Ela fumava e queixava-se do frio e veio-me à cabeça perguntar-lhe se o cigarro não a aquecia. O homem do tambor meteu-se e diz numa voz rouca pelos anos de fumo:
- A mim não me aquece nem me arrefece!
Inclui-o na conversa, eu que sou uma boa alma, e para prolongar o debate perguntei-lhe se lhe sabe sempre bem o fumo e aquela coisa toda que o fumar envolve.
- É fumadora?
- Não.
Ante a minha resposta o bicho remata com desdém:
- Então fume e assim fica a saber!
OK, homem do tambor, queres matar a conversa à nascença porque és parvo. O que eu agora devia fazer era pedir à rapariga da porta ao lado para te mandar o fumo direito às ventas!
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
A cabeça
A cabeça humana tem defeito, decididamente. Se fosse eu a criadora das cabeças humanas hoje andaria arrependidíssima de não ter usado de maior empenho e esmero.
É assim: há um dia na minha vida que é passado no modo mais espectacular, em deleites desmesurados porque a felicidade é imensa. Falo, cativo, ouço e, surpresa das surpresas, obtenho atenção e resposta. No dia seguinte tudo desmorona, como se o que se passou no dia anterior não prestasse e me atirasse para o buraco negro, no lugar mais fundo que este tem.
Está mal, não tem de ser assim! Porque raio é que não me contento, porque não deixo que a ideia de ter passado um dia bom me sustente lá em cima, no lugar onde ontem eu estava?! Porque me sinto culpada por estar feliz, qual é a lógica?! Defeito de fabrico, claro. Só pode. As cabeças humanas estão mal programadas. Se eu pudesse fazer uma cabeça, fá-la-ia sem defeitos, garanto.
É assim: há um dia na minha vida que é passado no modo mais espectacular, em deleites desmesurados porque a felicidade é imensa. Falo, cativo, ouço e, surpresa das surpresas, obtenho atenção e resposta. No dia seguinte tudo desmorona, como se o que se passou no dia anterior não prestasse e me atirasse para o buraco negro, no lugar mais fundo que este tem.
Está mal, não tem de ser assim! Porque raio é que não me contento, porque não deixo que a ideia de ter passado um dia bom me sustente lá em cima, no lugar onde ontem eu estava?! Porque me sinto culpada por estar feliz, qual é a lógica?! Defeito de fabrico, claro. Só pode. As cabeças humanas estão mal programadas. Se eu pudesse fazer uma cabeça, fá-la-ia sem defeitos, garanto.
Certeza
Ontem disseram-me que tenho alma de escritora. Concordei plena e destemidamente. Deixei de lado a ideia de que sou - só - escrevente para não exaltar as minhas capacidades, e abracei a ideia de que realmente - até - sei que sou escritora.
Depois a pessoa quis justificar-se:
- Sabes porquê?
Fiquei expectante. Ela continuou:
- Porque eu tenho a certeza que todas as pessoas presentes te veêm aqui sentada e ninguém faz ideia daquilo que tu és nem do que és capaz de escrever.
Por outras palavras ela queria dizer que sou muito observadora e que me escondo atrás para ninguém reparar no que vejo, imagino. Voltei a concordar com a ideia justificada, foi um miminho em que me deleitei demoradamente. Eu também sei que sou assim e gosto de ser assim. Se bem que esta coisa da invisibilidade nem sempre é por mim apetecida ou agradável, às vezes o que eu queria era agitar tudo e todos e fazer-me notada. Adiante, apesar de tudo.
Ontem foi bom mas hoje... Hoje é daqueles dias em que me questiono se andarei aqui a fazer alguma coisa de valor porque tenho sentido acentuar-se uma certeza: não sei nada sobre escrever.
Depois a pessoa quis justificar-se:
- Sabes porquê?
Fiquei expectante. Ela continuou:
- Porque eu tenho a certeza que todas as pessoas presentes te veêm aqui sentada e ninguém faz ideia daquilo que tu és nem do que és capaz de escrever.
Por outras palavras ela queria dizer que sou muito observadora e que me escondo atrás para ninguém reparar no que vejo, imagino. Voltei a concordar com a ideia justificada, foi um miminho em que me deleitei demoradamente. Eu também sei que sou assim e gosto de ser assim. Se bem que esta coisa da invisibilidade nem sempre é por mim apetecida ou agradável, às vezes o que eu queria era agitar tudo e todos e fazer-me notada. Adiante, apesar de tudo.
Ontem foi bom mas hoje... Hoje é daqueles dias em que me questiono se andarei aqui a fazer alguma coisa de valor porque tenho sentido acentuar-se uma certeza: não sei nada sobre escrever.
Em português
Ao longo do meu tempo de escrita instituí o meu próprio acordo ortográfico. Aos poucos tenho abdicado das palavras escritas em inglês e adapto-as ao português. Às vezes até deixo de lado o itálico e as aspas porque sinto que devo tomar a liberdade, ainda que ilusória, de escrever como me apraz ao momento.
Falta a palavra post... O post escrito à letra fica qualquer coisa como poueste ou, mais elaborado, pouesse-te. Hum, parece um verbo. Não fica nada bem...
Falta a palavra post... O post escrito à letra fica qualquer coisa como poueste ou, mais elaborado, pouesse-te. Hum, parece um verbo. Não fica nada bem...
Jogar
- Bem, este rapaz vai pôr o Euromilhões! - Diz o senhor Rodrigues debaixo da sua firmeza habitual. É que é preciso muita firmeza para se chamar de rapaz quando se deixou de o ser há largas décadas, como é o caso.
Dou por mim a perguntar:
- Porque é que joga, senhor Rodrigues?
Ele faz aquele ar algo cómico, levanta o sobrolho direito formando um arco muito pronunciado e detém-se por escassos segundos. Depois, numa tentativa deliberada de me espicaçar, investe:
- Dá-me uma razão para não jogar.
O sobrolho arqueado, imóvel. Eu que sou muitas vezes lenta nas respostas mas também sou, e talvez na mesma medida, espontânea, prossigo:
- A sua idade avançada e o facto de não precisar de dinheiro.
Dei-lhe duas razões válidas que ele aceitou rapidamente. Rapidamente demais para o seu costume.
- Sabes, filha... Jogo porque sim... - O sobrolho descontraiu e a expressão assumiu tristeza e solidão. Compreendi que jogar para ele é só uma maneira de gastar o tempo com qualquer coisa que o faça esquecer as agruras da vida.
- O senhor joga porque gosta da expectativa, não é?
- É... - Suspirou ele.
Talvez eu esteja mais atenta que o costume mas o facto é que noto o senhor Rodrigues um tudo-nada diferente, menos reivindicativo e bem mais acessível. Isto a mim dá muito que pensar...
Dou por mim a perguntar:
- Porque é que joga, senhor Rodrigues?
Ele faz aquele ar algo cómico, levanta o sobrolho direito formando um arco muito pronunciado e detém-se por escassos segundos. Depois, numa tentativa deliberada de me espicaçar, investe:
- Dá-me uma razão para não jogar.
O sobrolho arqueado, imóvel. Eu que sou muitas vezes lenta nas respostas mas também sou, e talvez na mesma medida, espontânea, prossigo:
- A sua idade avançada e o facto de não precisar de dinheiro.
Dei-lhe duas razões válidas que ele aceitou rapidamente. Rapidamente demais para o seu costume.
- Sabes, filha... Jogo porque sim... - O sobrolho descontraiu e a expressão assumiu tristeza e solidão. Compreendi que jogar para ele é só uma maneira de gastar o tempo com qualquer coisa que o faça esquecer as agruras da vida.
- O senhor joga porque gosta da expectativa, não é?
- É... - Suspirou ele.
Talvez eu esteja mais atenta que o costume mas o facto é que noto o senhor Rodrigues um tudo-nada diferente, menos reivindicativo e bem mais acessível. Isto a mim dá muito que pensar...
?!
Acho muito estranho que um brasileiro me venha perguntar se sei onde fica a papelaria Rio de Janeiro. Acho muito estranho mesmo...
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Qual é a sua graça?
A dona Palmira sai do escritório em seu passo rápido mas curtinho.
- Chamei-lhe Palmira porque acho que ela tem mesmo cara de Palmira. Achas que lhe fica bem?
- Hum, não sei... - Diz ele indeciso.
- 'Bora perguntar-lhe como se chama?
- ...?
Fiquei envergonhada com o ar expectante dele:
- Pergunta tu.
- Não, pergunta tu. Tu é que queres saber como se chama, ora!
Entretanto a dona Palmira alcançou o sítio onde nos encontrávamos. Lancei-me:
- Estávamos aqui a pensar que não sabemos o seu nome...
Ela estaca, algo atónita.
- Qual é a sua graça? - Prossigo eu contente com a reacção que provoquei e já esquecida da vergonha.
Sem desmanchar a surpresa que tinha estampada no rosto, diz:
- Isabel...
E agora: será que a dona Palmira se chama Isabel? Mistério...
- Chamei-lhe Palmira porque acho que ela tem mesmo cara de Palmira. Achas que lhe fica bem?
- Hum, não sei... - Diz ele indeciso.
- 'Bora perguntar-lhe como se chama?
- ...?
Fiquei envergonhada com o ar expectante dele:
- Pergunta tu.
- Não, pergunta tu. Tu é que queres saber como se chama, ora!
Entretanto a dona Palmira alcançou o sítio onde nos encontrávamos. Lancei-me:
- Estávamos aqui a pensar que não sabemos o seu nome...
Ela estaca, algo atónita.
- Qual é a sua graça? - Prossigo eu contente com a reacção que provoquei e já esquecida da vergonha.
Sem desmanchar a surpresa que tinha estampada no rosto, diz:
- Isabel...
E agora: será que a dona Palmira se chama Isabel? Mistério...
Aquela pessoa
Há aquela senhora com um ar incrivelmente hispânico, de andaluza, vá, que assim de repente parece-te que só lhe falta as castanholas que os folharecos já existem em certos dias. Outros dirão que é cigana mas tu acha-la andaluza e pronto.
Gostavas de ser como ela. Até podia ser com essa cara, esses olhos, esse corpo. Mas ser como ela, que passeia sem pressa, passeia de cabeça erguida. Tu não, tu olhas para o chão. Não tens vergonha das pessoas, tens é vergonha de ti.
Gostavas de ser como ela. Até podia ser com essa cara, esses olhos, esse corpo. Mas ser como ela, que passeia sem pressa, passeia de cabeça erguida. Tu não, tu olhas para o chão. Não tens vergonha das pessoas, tens é vergonha de ti.
Uma fotografia por dia quie bem iria... (39)
Gostava de distribuir correspondência, de ser carteira. Gosto da liberdade de andar na rua. Gosto de andar a pé. Gosto de saber o nome das ruas, avenidas, praças, lotes. Gosto de ver muita gente sem me misturar. Gosto de focar os pontos de interesse nas gentes. Gosto de andar a pé... Ah, já disse!
Lisboa, 13 de maio de 2010
Dias de um ginásio
Diz que este ano já faz 50, olaré! Que está muito bem, que há muita gente com metade da idade e um terço do ginete, ou nenhum pobrezitos disto já não há, que faz e acontece porque ainda tem muito vigor, que vai para aqui e para ali e está sempre pronta e faz tudo bem-disposta e afins. Qualquer pontinha de conversa e lá está ela, ah pois que este ano já faço 50!
Porra! Raios partam a mulher, pá!
Porra! Raios partam a mulher, pá!
Eles e elas
Conheço-a há muitos anos, diz-se que é fufa. Se julgar pela aparência ela quer ser um deles, pelo menos. É monitora ou coisa assim de meninos em idade pré-escolar.
Noutro dia observei-a num jardim trabalhando a brincar, ou brincando a trabalhar, com um grupo de crianças. Efectivamente, nota-se-lhe um grande à-vontade com elas mas isso não é nada que eu já não soubesse, já lhe tenho vendido coisas que ela de repente vê e leva para os meninos, vejo o carinho com que o faz. A mulher é fufa, é o que aparenta, mas é capaz de sentimentos maternais. Maternais ou paternais?! Bem, adiante.
Hoje ainda não tenho a certeza se concorde ou não com possibilidade de os casais homossexuais adoptarem crianças órfãs e/ou maltratadas. Não sei.
Se a probabilidade de os filhos saírem aos pais é forte, se os filhos de bandidos em bandidos dão, se as filhas das putas em putas dão, então deixem-se de merdas porque o mais é certo é as crianças adoptadas e educadas por fufas e paneleiros em paneleiros e fufas darem...
O mundo está tão baralhado, já não se sabe onde mora o bem e qual o mal que havemos de deixar de lado, que qualquer dia quem está 'fora do sítio' são os casais e as famílias ditas normais. Uma família assim como a minha: homem, mulher, filhos, cão, gato, periquito, tartaruga, casa e recheio, carro para a gente passear...
Mas não, não concordo com isso da adopção. Faz-me muita impressãozinha.
Noutro dia observei-a num jardim trabalhando a brincar, ou brincando a trabalhar, com um grupo de crianças. Efectivamente, nota-se-lhe um grande à-vontade com elas mas isso não é nada que eu já não soubesse, já lhe tenho vendido coisas que ela de repente vê e leva para os meninos, vejo o carinho com que o faz. A mulher é fufa, é o que aparenta, mas é capaz de sentimentos maternais. Maternais ou paternais?! Bem, adiante.
Hoje ainda não tenho a certeza se concorde ou não com possibilidade de os casais homossexuais adoptarem crianças órfãs e/ou maltratadas. Não sei.
Se a probabilidade de os filhos saírem aos pais é forte, se os filhos de bandidos em bandidos dão, se as filhas das putas em putas dão, então deixem-se de merdas porque o mais é certo é as crianças adoptadas e educadas por fufas e paneleiros em paneleiros e fufas darem...
O mundo está tão baralhado, já não se sabe onde mora o bem e qual o mal que havemos de deixar de lado, que qualquer dia quem está 'fora do sítio' são os casais e as famílias ditas normais. Uma família assim como a minha: homem, mulher, filhos, cão, gato, periquito, tartaruga, casa e recheio, carro para a gente passear...
Mas não, não concordo com isso da adopção. Faz-me muita impressãozinha.
Usando o mesmo argumento do post anterior:
Também não conheço ninguém que confesse ter votado no Sócrates e toda a gente diz mal do bicho. Mas ele foi eleito, caraças!
Visita papal (3)
Dá-me a ideia que conheço muita gente, que vou na rua e digos dúzias de bons-dias, boas-tardes, olás e tudo-bens, que conheço tanta, mas tanta gente, que não me deixam andar na rua sossegada. E afinal não conheço ninguém que tenha ido ver o Papa!
De bruços
O senhor doutor notou-me pioras e ficou confuso. De seguida disse-me que ia ter que se debruçar sobre o meu organismo.
Ora bem... Eu assenti, é o remédio!
Ora bem... Eu assenti, é o remédio!
Almofadas
Um dia alguém se lembrou de fabricar tampos de sanita almofadados e ao que parece fez um grande sucesso.
Traseira
Há qualquer coisa na minha parte de trás facilmente reconhecível, voltaram a identificar-me pela traseira. Não sei se ache piada a isto...
Questão
Primeiro que nada queria saber se já alguém desligou o computador querendo ligar a impressora para que eu não me sinta sozinha. Andava eu aqui de roda das minhas internetes, janelas abertas, música a tocar e tudo, precisei da impressora e toca de desligar o computador...
Então, sim ou não?
Então, sim ou não?
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Olhares
Devo ter ar de professora. Noto um olhar desafiante nas meninas do secundário. Só nas meninas, sim, que isto é coisa de fêmea.
Não sei o porquê do desafio, ou até sei: não me conhecem, não sabem de onde venho, o que sou. Se soubessem e se eu fosse stora, os meus alunos adorar-me-iam, tenho a certeza. E também me admirariam, sou gente boa. Gente daquela moldável às faixas etárias e às situações. Moldável em muito.
Tenho a profissão errada, cada vez tenho esta certeza mais vincada.
Ou então não é nada disto. Eu tenho é um ar marcadamente materno e as meninas vêem as mães em mim. Devem achar que vou ralhar com elas por andarem a fumar e a fazer banzé pelas ruas.
Um dia vão deixar-se destes olhares, quando forem elas as olhadas ao desafio.
Não sei o porquê do desafio, ou até sei: não me conhecem, não sabem de onde venho, o que sou. Se soubessem e se eu fosse stora, os meus alunos adorar-me-iam, tenho a certeza. E também me admirariam, sou gente boa. Gente daquela moldável às faixas etárias e às situações. Moldável em muito.
Tenho a profissão errada, cada vez tenho esta certeza mais vincada.
Ou então não é nada disto. Eu tenho é um ar marcadamente materno e as meninas vêem as mães em mim. Devem achar que vou ralhar com elas por andarem a fumar e a fazer banzé pelas ruas.
Um dia vão deixar-se destes olhares, quando forem elas as olhadas ao desafio.
Aquela pessoa
Há aquele homem que vende antiguidades. Sim, o mesmo que foi falado no post anterior desta nova leva de posts que criei.
O homem lava o chão da loja a um quarto para as três da tarde e tu mira-lo da montra. Ficas ali tanto tempo a ver os galos que os esqueces por momentos para ver o homem trabalhar. A esfregona deixou de o ser e não há balde. A esfregona deixou de ser esfregona porque não tem cabelagem, ou porque se gastou com os anos, ou porque o homem a cortou rente ficando um coto com que ele esfrega o chão lentamente, cantinho a cantinho. Depois refastela-se na cadeira, cansado de esfregar. E nos minutos que se seguem passa pelas brasas.
O homem é velho e tem a loja à venda. De uma maneira ou de outra, irás deixar de o ver em breve.
O homem lava o chão da loja a um quarto para as três da tarde e tu mira-lo da montra. Ficas ali tanto tempo a ver os galos que os esqueces por momentos para ver o homem trabalhar. A esfregona deixou de o ser e não há balde. A esfregona deixou de ser esfregona porque não tem cabelagem, ou porque se gastou com os anos, ou porque o homem a cortou rente ficando um coto com que ele esfrega o chão lentamente, cantinho a cantinho. Depois refastela-se na cadeira, cansado de esfregar. E nos minutos que se seguem passa pelas brasas.
O homem é velho e tem a loja à venda. De uma maneira ou de outra, irás deixar de o ver em breve.
Na cadeira laranja
Adoro estar aqui, o lugar de espectador é o melhor que há.
Daqui vejo uma senhora observando-se no espelho, analisando os modelitos que está a provar. Dá voltas e mais voltas, mira-se e remira-se. Também faz trejeitos e encolhe a barriga quando se olha de lado. É uma coisa que as mulheres têm, isto de encolherem a barriga quando se viram de lado para o espelho. A figura fica ilusória. Mesmo ilusória.
Daqui vejo uma senhora observando-se no espelho, analisando os modelitos que está a provar. Dá voltas e mais voltas, mira-se e remira-se. Também faz trejeitos e encolhe a barriga quando se olha de lado. É uma coisa que as mulheres têm, isto de encolherem a barriga quando se viram de lado para o espelho. A figura fica ilusória. Mesmo ilusória.
Chegada
Ela veio dos EUA para me atazanar a cachimónia, só pode. Que quer uma pá do lixo cor de tijolo. Que quer um caixote do lixo que se chama limpinho. Que quer um produto qualquer que se vende nos EUA e em toda a Europa menos em Portugal.
Aparentemente ela governa-se bem melhor lá. Que volte!
Aparentemente ela governa-se bem melhor lá. Que volte!
A Natureza
O passarinho ensaiou o seu primeiro voo e entrou na loja. Fraquinho, por ali se ficou. De vez em quando piava, perdido e aflito.
Umas horas depois chegou outro passarinho. Era a mãe, notou-se porque saltitava a cada piar do filhote, ansiosa por encontrá-lo. O passarinho tanto piou que foi encontrado! Abriu imediatamente o bico, tinha fome. Não parecia querer acompanhar a mãe, abria o bico insistentemente. A mãe voou porta fora. Sei que foi buscar comida porque voltou, deu de comer ao filhote e depois desapareceram os dois, cheios da mais terna felicidade.
Umas horas depois chegou outro passarinho. Era a mãe, notou-se porque saltitava a cada piar do filhote, ansiosa por encontrá-lo. O passarinho tanto piou que foi encontrado! Abriu imediatamente o bico, tinha fome. Não parecia querer acompanhar a mãe, abria o bico insistentemente. A mãe voou porta fora. Sei que foi buscar comida porque voltou, deu de comer ao filhote e depois desapareceram os dois, cheios da mais terna felicidade.
Visita papal (2)
Os autocarros da Carris andam com bandeirinhas no tejadilho anunciando a visita papal que agora decorre. Daqui a poucos dias os mesmos autocarros ostentarão as bandeiras de Portugal para lembrar um acontecimento igualmente grandioso que irá decorrer, arrisco-me até a dizer que é uma religião diferente: o campeonato do mundo de futebol.
Visita papal (1)
Grande introdução
Para não estar sempre a falar de mim vou falar do Papa. Ah pois, que este blogue não serena perante um acontecimento tão grandioso.
Pequeno post
Tenho uma dúvida: o Papa não estará já farto de tanto português aos berros de roda dele?
Para não estar sempre a falar de mim vou falar do Papa. Ah pois, que este blogue não serena perante um acontecimento tão grandioso.
Pequeno post
Tenho uma dúvida: o Papa não estará já farto de tanto português aos berros de roda dele?
41
Ainda na cena do 41 e numa de apresentar a outra foto que tinha tirado para ilustrar o post anterior, venho dizer que há mais uma curiosidade disto de estar entrada nos entas. É que agora, não sei porquê, dizem-me frequentemente que tenho muito boa aparência, que sou muito gira e mais não sei quê.
Que me lembre, quando era nova ninguém me lançava tamanhos elogios. Noutro dia até fui cumprimentada por um cavalheiro com dois beijinhos porque, disse ele, não perderia por nada a oportunidade de cumprimentar uma mulher bonita...
Sim, o meu homem estava junto a mim ao momento.
terça-feira, 11 de maio de 2010
41
Já tenho idade para muitas coisas. Para ter juízo, por exemplo. Mas não é de neurónios que quero escrever.
Não se é pão nem bolo nesta idade, não sou velha mas já não possuo viço.
Agora tenho idade para me chamarem 'velha' ou dizerem 'ainda é nova'.
Também tenho idade para me chamarem 'menina' e 'minha senhora', menina Gina ou então Dona Gina.
Há qualquer coisa de equilíbrio nesta minha idade, de meio-termo, de saber sem ter a certeza.
Aquela pessoa
Há aquele homem que vende antiguidades. Na montra tem galos de Barcelos com campainha, daqueles de chamar a criada.
Há muito tempo que tu queres um galo de Barcelos, e uma criada também já agora, mas concentras-te no galo e ficas ali a vê-lo como se isso fizesse com que o galo te viesse parar às mãos. Há umas ondas positivas que fazem as coisas acontecer, ouviste dizer... Mas chateias-te e deixas de pensar nisso. Se queres o galo é comprá-lo! Sem criada, claro.
Andar, andar
Melhoria
Isto sempre está melhor, agora já pouso o pensamento no tens de ir. Antes o não quero ir preenchia-me totalmente.
Um dia fico bem. E boa também.
Um dia fico bem. E boa também.
USB
- Então quer dizer que tu andas sempre com uma pen na carteira? - Pergunta o Clóvis debaixo de grande espanto.
- É verdade. - Respondo eu - E não tenho nenhuma entrada USB...
- É verdade. - Respondo eu - E não tenho nenhuma entrada USB...
Merda
Eu bem digo que a vida é uma merda. É só o que se ouve!
Despacha-te lá com essa merda, queres ver que eu tenho que partir esta merda, que é essa merda, oh que grande merda.
Continuando sem fugir à temática, a minha vida é uma merda porque tenho a merda de um trabalho que me prende e atrofia. E porque a minha vida é geralmente uma merda criei este post para avacalhar o assunto e sentir alívio. Bem ou mal, é assim que a coisa funciona: despejam-se frustrações num blogue porque ele está sempre aqui prontinho a ouvir.
E agora o melhor que tenho a fazer é deixar-me de merdas e escrever mais posts de merda, outros com algum decoro, outros com muito, outros com uma pinta do caraças.
Despacha-te lá com essa merda, queres ver que eu tenho que partir esta merda, que é essa merda, oh que grande merda.
Continuando sem fugir à temática, a minha vida é uma merda porque tenho a merda de um trabalho que me prende e atrofia. E porque a minha vida é geralmente uma merda criei este post para avacalhar o assunto e sentir alívio. Bem ou mal, é assim que a coisa funciona: despejam-se frustrações num blogue porque ele está sempre aqui prontinho a ouvir.
E agora o melhor que tenho a fazer é deixar-me de merdas e escrever mais posts de merda, outros com algum decoro, outros com muito, outros com uma pinta do caraças.
A fotografia no meio é para contrabalançar com o escrito acima dela. Fica aqui mesmo bem! Para já porque a fotografia é fantástica e depois porque sou uma alma sensata e equilibrada, hábil o suficiente para saber dar uma no cravo e outra na ferradurra e capaz de grandes feitos como este terminus originalíssimo.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Messenger
Noutro dia falei com uma familiar via Messenger. Ela contou-me que joga no farmeville e que é muito giro e muito bom. E é tanto, tanto que me encorajou a jogar. Desculpei-me dizendo que não tenho lá muita paciência para jogos e pensei que o tempo que gasto na internet é basicamente tratando dos meus blogues e lendo os de outros bloggers. De repente fiquei desejosa que ela não me perguntasse com que me entretenho na internet.
É disto que não gosto no facto de ser escritora de blogues. Dificilmente se consegue manter um blogue fiel à personalidade se a maioria dos leitores fizerem parte da família ou do círculo de amigos. Falo por mim, claro, e falo pela experiência que tenho disto, mas creio firmemente que blogue que é blogue é para ser lido por quem não nos conhece.
É disto que não gosto no facto de ser escritora de blogues. Dificilmente se consegue manter um blogue fiel à personalidade se a maioria dos leitores fizerem parte da família ou do círculo de amigos. Falo por mim, claro, e falo pela experiência que tenho disto, mas creio firmemente que blogue que é blogue é para ser lido por quem não nos conhece.
Aquela pessoa
Há aquele homem que está dentro de um quiosque a vender gelados. O quiosque ostenta imagens de como era aquela zona lisboeta nos anos 60 e tu abrandas o passo para ver melhor. Curiosa, quase páras. Depois ouves o homem fazer psst mas tu continuas o teu caminho. A seguir cresce-te uma vontade de voltar atrás e perguntar 'Olhe, tem gelados?'. Mal ele respondesse que 'Sim' tu dizias-lhe 'Obrigada, era só para saber'.
A nuvem
Tem andado por aí uma nuvem fantástica. Fantástica no sentido de suscitar o interesse geral e fazer falar as pessoas ou então não. Uns ficam alarmados com os pós da nuvem e acham que o tempo andar assim todo maluco - frio, vento e chuva em demasia para esta altura do ano - é por culpa dela. Outros, cépticos, nem sequer reparam no tempo nem nos pós nem em nada. Não lhes apetece e tal, credo que coisa tão parva isso da nuvem. Na verdade, estes desdenham dos primeiros. E depois sou e estou eu: não querendo saber da nuvem nem da opinião geral, é com estas coisinhas (des)interessantes que me delicio.
Memória (2)
Ontem dei um passeio solitário pela minha terra e tirei algumas fotografias. Eis uma delas, abaixo. Retrata um pedaço de terra onde brinquei algumas vezes e me aconteceu um incidente aflitivo com trevo forrageiro.
Conto o incidente neste endereço:
http://verdeagua2.blogspot.com/2008/06/e-antes-da-despedida-formal-da.html
Os leitores que me desculpem o modo elementar como apresento o linque mas é que ultimamente este blogue não se quer com linques apresentáveis.
Memória (1)
É o terceiro ano consecutivo que chegada a primavera me lembro de brincadeiras que tinha com as plantas e as flores.
A planta que aparece na fotografia também tem história na minha infância mas não na primavera, porque na primavera apresenta-se ainda verde. Esta é uma planta que no fim do verão aparece por aí totalmente seca. Pois bem, quando eu encontrava destas coisinhas já secas abri-as e lá dentro encontrava uma sementinha que trincava... Com gosto e vontade, segundo me lembro.
O clube
Ontem, o presidente do clube onde joga o rico filho discursou sobre a época que termina no domingo que vem. Salientou os factos que achou importantes e fez os devidos agradecimentos. Em certa altura revelou que lhe morreu um filho adolescente há uns anos e emocionou-se. Quando recuperou a fala comentou connosco que um dos maiores prazeres que o cargo lhe proporciona é o facto de estar a formar homens, uma vez que o seu filho não chegou à idade adulta.
Não consigo, ou sequer quero, imaginar a dor de perder um filho. Mas fiquei contente, o meu filho contribui para a alegria de quem sabe o tamanho dessa dor. E desanuvia essa dor, inclusive. Esta é uma boa partilha.
Tenho fome!
domingo, 9 de maio de 2010
Uma fotografia por dia que bem iria... (38)
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Hum... Cheira-me que esta miniaplicação do senhor Blogspot não é para mim.
sábado, 8 de maio de 2010
Diário
Acordei sozinha. Não sendo comum fez-me impressão. Andei baralhada e atarefada à mesma como em qualquer sábado. Fiz um arroz-doce um bocado estranho, até me esqueci de lhe pôr as gemas... Depois fui às compras. É sempre a mesma coisa, a gente carrega para casa e depois carrega para o lixo o que excede.
Terei feito ou pensado algo interessante hoje? Interessará a alguém o grande feito que hoje alcancei lavando e estendendo uns 50 quilos de roupa? E que lavei e arrumei uns 20 kg de louça, para aí, interessará? Então e os metros cúbicos de pó que eliminei da minha casa, terá interesse? Não creio.
Hoje foi um dia e pronto. Sem fotos, sem posts, cheio mas tão normal que o sinto vazio.
Queria ter feito e visto coisas bonitas para escrever coisas bonitas. Não estou aborrecida por isso. Sei que as coisas bonitas e o escrever coisas bonitas virão. E que parecerão bem mais bonitas se houver dias destes assim.
Terei feito ou pensado algo interessante hoje? Interessará a alguém o grande feito que hoje alcancei lavando e estendendo uns 50 quilos de roupa? E que lavei e arrumei uns 20 kg de louça, para aí, interessará? Então e os metros cúbicos de pó que eliminei da minha casa, terá interesse? Não creio.
Hoje foi um dia e pronto. Sem fotos, sem posts, cheio mas tão normal que o sinto vazio.
Queria ter feito e visto coisas bonitas para escrever coisas bonitas. Não estou aborrecida por isso. Sei que as coisas bonitas e o escrever coisas bonitas virão. E que parecerão bem mais bonitas se houver dias destes assim.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Cumprimentos
Ele cumprimentou-me com um passou-bem acompanhado de um 'Como está minha senhora? Sempre a considerá-la!' e ainda fez vénia.
A coisa foi tão teatral que deve ser tudo mentira. Mais ou menos assim como nos filmes, eu vi e ouvi mas é tudo mentira.
A coisa foi tão teatral que deve ser tudo mentira. Mais ou menos assim como nos filmes, eu vi e ouvi mas é tudo mentira.
Dias de um ginásio
A professora de Stretching coordenou uma série de exercícios de difícil execução. Vendo a nossa dificuldade incentivou-nos do seguinte modo:
- Vá! É para ficarem com um rabinho jeitoso!
Obedecemos todas. Todas, todas, todas. E imediatamente.
- Vá! É para ficarem com um rabinho jeitoso!
Obedecemos todas. Todas, todas, todas. E imediatamente.
Vem aí o senhor Rodrigues novamente
Prefácio
Peço aos leitores paciência pelas sucessivas histórias acerca do senhor Rodrigues mas ele é uma pessoa com um carácter consideravelmente interessante, o que me incentiva a escrever.
Post
O senhor Rodrigues tem a mania. Tem a mania e baba-se. E para mais apresenta-se contrariamente:
- Eu estou velho mas não estou chacha! - Diz ele meneando o dedo indicador à frente dos nossos narizes, adoptando uma postura rígida e convicta.
- Ai não?! - Exclamo eu só para o fazer falar.
- Não, pá! - Cospe ele.
E eu começo a achar melhor proteger-me…
- Não sou nada como esses velhos que vê por aí cheios de doenças, eh pá… surdos… a babarem-se!
Dou um passo atrás para não ser atingida por gotas de saliva...
- Chachas, pá! Velhos chachas!
Vou para o outro lado e continuo na conversa com o senhor Rodrigues já completamente livre de apanhar uma molha. As gotas de saliva que o senhor Rodrigues expulsa de dentro da boca, veloz e abundantemente pode dizer-se, ainda assim não têm força suficiente para chegar até ali. Ai que alívio. Oh vida boa, esta minha.
Peço aos leitores paciência pelas sucessivas histórias acerca do senhor Rodrigues mas ele é uma pessoa com um carácter consideravelmente interessante, o que me incentiva a escrever.
Post
O senhor Rodrigues tem a mania. Tem a mania e baba-se. E para mais apresenta-se contrariamente:
- Eu estou velho mas não estou chacha! - Diz ele meneando o dedo indicador à frente dos nossos narizes, adoptando uma postura rígida e convicta.
- Ai não?! - Exclamo eu só para o fazer falar.
- Não, pá! - Cospe ele.
E eu começo a achar melhor proteger-me…
- Não sou nada como esses velhos que vê por aí cheios de doenças, eh pá… surdos… a babarem-se!
Dou um passo atrás para não ser atingida por gotas de saliva...
- Chachas, pá! Velhos chachas!
Vou para o outro lado e continuo na conversa com o senhor Rodrigues já completamente livre de apanhar uma molha. As gotas de saliva que o senhor Rodrigues expulsa de dentro da boca, veloz e abundantemente pode dizer-se, ainda assim não têm força suficiente para chegar até ali. Ai que alívio. Oh vida boa, esta minha.
Quase
Tenho uma fila de esfregões de arame que pendem do tecto mesmo a meio da porta. Quer dizer, não pende do tecto mas não é aí que está a questão do post.
Hoje, assim que vi vir de lá o senhor Rodrigues, pensei: ‘Boa, agora ele passa ali debaixo e como é alto roça a cabeça nos esfregões e depois cai-lhe o capachinho. Ai vou-me rir tanto. Não, é melhor não me rir muito. Aliás é melhor não rir nada. Mas... nada disso, o homem é alto mas não o suficiente. Faltam ali dois esfregões que vendi ontem, quem manda a mim vender as coisas? Oh que pena.’
Hoje, assim que vi vir de lá o senhor Rodrigues, pensei: ‘Boa, agora ele passa ali debaixo e como é alto roça a cabeça nos esfregões e depois cai-lhe o capachinho. Ai vou-me rir tanto. Não, é melhor não me rir muito. Aliás é melhor não rir nada. Mas... nada disso, o homem é alto mas não o suficiente. Faltam ali dois esfregões que vendi ontem, quem manda a mim vender as coisas? Oh que pena.’
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Muito bem
A senhora da voz nasalada disse que gostou muito de me ver, que eu estou com uma cara óptima e que este penteado me fica muito bem.
Desenvolver este tópico é que é do caraças... No entanto achei que ficava bem no blogue, quanto mais não seja para aparecerem aqui coisas positivas, a ver se me deixo do ramerrão: fizeram-me mal e estou triste e vou chorar e coiso. Não senhor, nada disso! Porque:
A senhora da voz nasalada disse que gostou muito de me ver, que eu estou com uma cara óptima e que este penteado me fica muito bem.
Desenvolver este tópico é que é do caraças... No entanto achei que ficava bem no blogue, quanto mais não seja para aparecerem aqui coisas positivas, a ver se me deixo do ramerrão: fizeram-me mal e estou triste e vou chorar e coiso. Não senhor, nada disso! Porque:
A senhora da voz nasalada disse que gostou muito de me ver, que eu estou com uma cara óptima e que este penteado me fica muito bem.
Bom fim de semana!
À saída desejaram-me bom fim de semana. O senhor Rodrigues que entretanto ouvira o voto entrou de rompante muito espantado, como é muito seu costume, aliás.
- Ó Gina, hoje é quinta-feira e ele disse bom fim de semana?! Mas o homem é parvo?!
- Não, é que ele não vem cá amanhã e assim deixa já o bom fim de semana dito. - Respondo eu cheia daquela paciência que arranjo nuns cantinhos especiais da minha cabeça.
- Ah, está bem.
E foi-se. Hum, fácil isto hoje, não? O senhor Rodrigues costuma ser tão contestatário...
- Ó Gina, hoje é quinta-feira e ele disse bom fim de semana?! Mas o homem é parvo?!
- Não, é que ele não vem cá amanhã e assim deixa já o bom fim de semana dito. - Respondo eu cheia daquela paciência que arranjo nuns cantinhos especiais da minha cabeça.
- Ah, está bem.
E foi-se. Hum, fácil isto hoje, não? O senhor Rodrigues costuma ser tão contestatário...
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Uma fotografia por dia que bem iria... (37)
Sou do Sporting de cabeça, não do coração. Passo a explicar:
Cresci na mesma casa que dois sportinguistas: o meu pai e o meu irmão. Logo, fui influenciada por eles. Depois namorei e casei com outro sportinguista, se bem que pouco determinado, mas sempre ajuda a cair para o lado verde do futebol. No entanto, não ligo nada a futebol, não sei nomes de jogadores, não me interesso por resultados ou taças. É por isto que digo que sou do Sporting de cabeça. E agora chega de conversa.
Hoje visitei pela primeira vez o Estádio do Sporting, fui ver um jogo amigável. A ilação mais interessante que tirei da experiência talvez seja o facto de o estádio não possuir uma única cadeira vermelha. Estarão zangadas, as cores?
Ups!
Não se pergunta 'olá, está tudo bem?' a alguém que tem a filha a morrer no hospital.
Mas eu perguntei.
Mas eu perguntei.
terça-feira, 4 de maio de 2010
O frio e eu
Adorno: pulseira linda de morrer.
Agasalho: casaco de manga comprida.
Conclusão: pulseira linda de morrer tapada por casaco de manga comprida.
Desejo: que a pulseira se veja.
Solução: dobrar a manga do casaco.
Efeito: mau estar.
Resultado: muito frio braço acima.
O futebol e - a minha mãe e - o futebol
A minha mãe diz que agora até já gosta de futebol mas que torce sempre por quem está a perder.
A minha mãe é condoída para com os frascos dos comprimidos (leia-se fracos e oprimidos).
Cheira-me que no passado domingo a minha mãe torceria pelo Benfica, assim o jogo passasse na TV.
Acho, também, que para a minha mãe se interessar por um jogo é preciso haver golos primeiro, é preciso haver alguém perdendo ou não haverá interesse nenhum...
A minha mãe é condoída para com os frascos dos comprimidos (leia-se fracos e oprimidos).
Cheira-me que no passado domingo a minha mãe torceria pelo Benfica, assim o jogo passasse na TV.
Acho, também, que para a minha mãe se interessar por um jogo é preciso haver golos primeiro, é preciso haver alguém perdendo ou não haverá interesse nenhum...
Horror
A turma da rica filha vai apresentar uma peça de teatro daqui a alguns dias. A stôra ficou apreensiva quando a rica filha disse que gostava que o mano fosse assistir, diz que os zunzuns que correm é que a turma dele é a pior da escola, um horror.
- O teu irmão porta-se bem? - Ainda havia uma esperança de ele não pertencer ao terrível grupo de desordeiros.
- Mais ou menos... fala um bocadinho demais. - Respondeu a rica filha, desculpando-o. Por modo a suavizar a coisa mas não deixando de lado a verdade. Diplomática, portanto.
- Então, se ele quiser vir...
Às vezes a sinceridade é amiguinha...
- O teu irmão porta-se bem? - Ainda havia uma esperança de ele não pertencer ao terrível grupo de desordeiros.
- Mais ou menos... fala um bocadinho demais. - Respondeu a rica filha, desculpando-o. Por modo a suavizar a coisa mas não deixando de lado a verdade. Diplomática, portanto.
- Então, se ele quiser vir...
Às vezes a sinceridade é amiguinha...
domingo, 2 de maio de 2010
Uma fotografia por dia que bem iria... (36)
Dia da Mãe - post de mãe
Dia da Mãe - post de filha
sábado, 1 de maio de 2010
Dias de um ginásio
Ela está estendida no Power Plate de mãos atrás da nuca, numa posição relaxada. O monitor usa as mãos pressionando-lhe os músculos, fazendo a massagem de relaxamento auxiliado pela máquina, muito concentrado no seu trabalho.
- Ah... o Tiago é um amor... - Revela ela em modo lânguido, acompanhado de profundo e longo suspiro.
Ele esboça um sorriso tão amarelo... Credo!
- Ah... o Tiago é um amor... - Revela ela em modo lânguido, acompanhado de profundo e longo suspiro.
Ele esboça um sorriso tão amarelo... Credo!
Telefones e assim
O senhor dos telefonemas pousa o auscultador no seu lugar e diz:
«'Tou fagto desta poguecaguia! Qualquegue dia emiguego!»
Há dias, durante um desses telefonemas, enquanto o senhor acima referido esperava ser atendido do lado de lá, entrou uma menina na loja cheia de 'coisas'. Ele era lacinho vistoso na cabeça, ele era risco grosso nos olhos e lábios escarlate, ele era vestidinho rodado com o vento a levantá-lo subtil e eficazmente, ele era toda uma série de adornos, e, finalmente, ela era tatuagens formando frases, ou assim, em torno dos braços e no peito.
Depois de a moça sair, estando o senhor dos telefonemas ainda à espera que o despachassem do lado de lá, eis senão que, o mesmo desabafa:
- Porra! Como é que alguém consegue fazer amor com aquilo? Deve entreter-se a ler…*
Eu mais a minha cara de espanto ficámos a olhar para ele. Seguidamente, eu mais outra coisa qualquer (deve ser a minha espontaneidade) respondemos:
- Pois, é muita informação de uma só vez não é?
*O vocábulo porra dito pelo senhor dos telefonemas fica qualquer coisa como: poguega! Mas com ênfase nos guês por causa dos érres serem a dobrar.
O resto da frase achei melhor escrevê-la sem trocar os érres pelos guês porque sei por experiência própria que o leitor é o gajo mais preguiçoso que existe.
«'Tou fagto desta poguecaguia! Qualquegue dia emiguego!»
Há dias, durante um desses telefonemas, enquanto o senhor acima referido esperava ser atendido do lado de lá, entrou uma menina na loja cheia de 'coisas'. Ele era lacinho vistoso na cabeça, ele era risco grosso nos olhos e lábios escarlate, ele era vestidinho rodado com o vento a levantá-lo subtil e eficazmente, ele era toda uma série de adornos, e, finalmente, ela era tatuagens formando frases, ou assim, em torno dos braços e no peito.
Depois de a moça sair, estando o senhor dos telefonemas ainda à espera que o despachassem do lado de lá, eis senão que, o mesmo desabafa:
- Porra! Como é que alguém consegue fazer amor com aquilo? Deve entreter-se a ler…*
Eu mais a minha cara de espanto ficámos a olhar para ele. Seguidamente, eu mais outra coisa qualquer (deve ser a minha espontaneidade) respondemos:
- Pois, é muita informação de uma só vez não é?
*O vocábulo porra dito pelo senhor dos telefonemas fica qualquer coisa como: poguega! Mas com ênfase nos guês por causa dos érres serem a dobrar.
O resto da frase achei melhor escrevê-la sem trocar os érres pelos guês porque sei por experiência própria que o leitor é o gajo mais preguiçoso que existe.
Cubismo
Os manos-colegas
Intervenientes:
Ana Cláudia - André / Gerson - Mónica
O André era colega da Mónica. No ano seguinte a Ana Cláudia foi colega do Gerson e o André continuou colega da Mónica. Depois a Mónica ficou retida e entretanto o Gerson ficou retido dois anos. O Gerson que já foi colega da Ana Cláudia é agora colega do André.
E a Mónica? Ficou lá atrás…
Então e a Ana Cláudia? Anda à frente deles…
Ana Cláudia - André / Gerson - Mónica
O André era colega da Mónica. No ano seguinte a Ana Cláudia foi colega do Gerson e o André continuou colega da Mónica. Depois a Mónica ficou retida e entretanto o Gerson ficou retido dois anos. O Gerson que já foi colega da Ana Cláudia é agora colega do André.
E a Mónica? Ficou lá atrás…
Então e a Ana Cláudia? Anda à frente deles…
Futebol
12º Ano
Acerca da fotografia e antes do post:
Esta fotografia está relacionada com o post, claro que está. Só não me convém especificar qual o relacionamento senão ainda me dão tau-tau...
Esta fotografia está relacionada com o post, claro que está. Só não me convém especificar qual o relacionamento senão ainda me dão tau-tau...
Ao longo dos anos tem vindo a diminuir a presença de pais e encarregados de educação nas reuniões escolares. Este é o meu primeiro 12º ano como encarregada de educação mas acredito que seja normal haver diminuição de presenças, afinal as crianças deixaram de o ser. Agora são mais responsáveis e mais responsabilizados, por isso os pais e encarregados de educação vão deixando de aparecer.
Já tenho aqui falado acerca de algumas reuniões mas nunca disse que estou para lá de cansada das mesmas. Tenho doze anos de vida escolar como encarregada de educação, a conversa que ouço é basicamente a mesma desde o 1º ano dos ricos filhos:
'Os meninos são irrequietos, faladores e mal comportados. Mal comportados não no sentido de serem mal-educados, isso não! Mas precisam de trabalhar muito mais, de estar atentos aos professores e não às gracinhas dos colegas porque a vida não vai ser sempre assim e tal e tal.'
Os meus filhos não fogem à regra, as queixas dos directores de turma assentam-lhes bem, não são nenhuma maravilha em aproveitamento escolar, falam p'ra caraças durante as aulas mas não são mal-educados e tal e tal.
Mas... a última reunião a que assisti foi diferente. Ouvi dizer muito bem da rica filha, enchi as medidas do orgulho de mãe, fiquei toda inchada, quase rebentava.
A rica filha é uma excelente aluna na disciplina de inglês. Quando a professora questiona e ninguém sabe... a Ana Cláudia sabe. Tem um dom invulgar para captar palavras e expressões, aplicando-as bem oralmente e na escrita. Tem um vocabulário acima da média, portanto. Escolheu a área certa - vai seguir tradução. Quando for preciso pôr algo de si nas traduções ela saberá como fazê-lo, tem a personalidade certa para isso. Sendo uma profissão solitária, é preciso saber distanciar-se e ela sabe-o, é preciso ser individualista e ela é-o.
Com tanta coisa boa nem sei como rematar o post. O melhor é rematá-lo assim: dou como terminado este post. Ou então bem mais lamechas: minha rica filha!
Já tenho aqui falado acerca de algumas reuniões mas nunca disse que estou para lá de cansada das mesmas. Tenho doze anos de vida escolar como encarregada de educação, a conversa que ouço é basicamente a mesma desde o 1º ano dos ricos filhos:
'Os meninos são irrequietos, faladores e mal comportados. Mal comportados não no sentido de serem mal-educados, isso não! Mas precisam de trabalhar muito mais, de estar atentos aos professores e não às gracinhas dos colegas porque a vida não vai ser sempre assim e tal e tal.'
Os meus filhos não fogem à regra, as queixas dos directores de turma assentam-lhes bem, não são nenhuma maravilha em aproveitamento escolar, falam p'ra caraças durante as aulas mas não são mal-educados e tal e tal.
Mas... a última reunião a que assisti foi diferente. Ouvi dizer muito bem da rica filha, enchi as medidas do orgulho de mãe, fiquei toda inchada, quase rebentava.
A rica filha é uma excelente aluna na disciplina de inglês. Quando a professora questiona e ninguém sabe... a Ana Cláudia sabe. Tem um dom invulgar para captar palavras e expressões, aplicando-as bem oralmente e na escrita. Tem um vocabulário acima da média, portanto. Escolheu a área certa - vai seguir tradução. Quando for preciso pôr algo de si nas traduções ela saberá como fazê-lo, tem a personalidade certa para isso. Sendo uma profissão solitária, é preciso saber distanciar-se e ela sabe-o, é preciso ser individualista e ela é-o.
Com tanta coisa boa nem sei como rematar o post. O melhor é rematá-lo assim: dou como terminado este post. Ou então bem mais lamechas: minha rica filha!
Directamente dos Algarves
A Josefa traz consigo o sotaque.
A Josefa faz jus ao que se diz das gentes algarvias: fala que se desunha, pelos cotovelos e à fartasana!
A Josefa traz muito sotaque consigo, portanto.
A Josefa faz jus ao que se diz das gentes algarvias: fala que se desunha, pelos cotovelos e à fartasana!
A Josefa traz muito sotaque consigo, portanto.
O meio de uma conversa
A pergunta dirigia-se a alguém de aparelho colocado nos dentes.
- Comer é um divertimento, certo?
Paragem para reflectir seguida de séria resposta.
- Era... até me porem metal dentro da boca.
Nome
Chamaram-lhe o fosso das cobras. Ainda fiquei a pensar se ficaria muito mal concordar com tal afirmação...
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