terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Ana Cláudia!!! Onde está minha camisola?


Há dias em que olho para dentro do meu roupeiro e não está lá o que procuro. Na verdade, já quase me habituei a pensar em determinada peça de vestuário e pensar logo de seguida se essa mesma peça não terá subitamente ganho asas e pousado noutro corpo. Pois... é que cá em casa habita alguém que me "gama" a roupa, sapatos, cintos, bijuteria, maquilhagem, tudo... esse alguém é a rica filha, pois claro!
Quando isto começou a acontecer aborrecia-me profundamente e havia ralhetes e zaragata. Tais como:
- Não tens nada que usar as minhas coisas!
- Já andaste aqui a mexer!
- Onde é que está a minha camisola?!
- Não quero que mexas nas minhas coisas!
- Não tens roupa?
Mas... ao fim de algum tempo comecei a achar que até tem a sua piada.
Para começar, significa que em termos de medidas, sou igual a uma menina de 15 anos. Depois, tenho uma outra visão da situação muito divertida e que eu considero a melhor: o meu guarda-roupa agrada a alguém que está na Primavera da vida. Acho isto espectacular!
Há uns dias, fui à reunião de final de período na escola que os meus filhos frequentam. Ao chegar lá, a minha filha apresentou-me a umas colegas que eu ainda não conhecia e uma delas exclamou:
- Ah... é mesmo verdade, a tua mãe tem roupas muita fixes!
Não é delicioso?
Obviamente, não me visto como as adolescentes nem quero tal, não é isso que pretendo transmitir com este post. Eu e a minha filha temos um gosto semelhante, perguntamos e ouvimos a opinião uma da outra e a partir daí gera-se uma cumplicidade que me agrada bastante. É uma sensação "bué da bazof"*.


* bué da bazof significa muito boa (termo vulgarmente utilizado pelo rico filho). Às vezes acho que deveria tirar um curso superior para descodificar a linguagem desta malta adolescente...
P.S. A menina da foto é a minha filha. O top que ela tem vestido... é (era)meu...

sábado, 27 de janeiro de 2007

Estudo de mercado

Ontem participei uma vez mais num estudo de mercado. O objecto de estudo era uma gama de produtos de cuidado básico para o rosto que já existe mas que irá ser lançado com uma nova imagem.
Desta vez não gostei tanto de participar porque este tipo de produto desagrada-me, é genérico e abrangente demais para o meu gosto.
Na área da higiene e beleza eu gosto de especificidade e não de generalidade, porque um creme de rosto criado com o propósito de abranger todos os tipos de pele e várias faixas etárias, na minha opinião não terá uma qualidade elevada.
Tal como da outra vez, dei a minha opinião, fui absolutamente sincera, só que não foi tão envolvente e agradável porque se tratava de algo cujo conceito me desagrada... detesto o conceito "básico" porque dá a ideia de produção em série, ou seja: má qualidade.
Talvez eu tenha esta opinião porque tenho 38 anos, é bem possível que sim... se tivesse 18 ou 20, certamente não pensaria assim. Nesta altura da minha vida e cada vez melhor, sei o que quero, o que me agrada, o que preciso, o que pretendo...
Ah... e uma vez mais tive uma opinião diferente de todas as outras senhoras...
Eu sou uma senhora muuuuito especial!

Bom fim de semana!!!

foto: eu...

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Exercício físico

Ontem foi daqueles dias em que cheguei a casa muito bem disposta. O motivo? Estive no Ginásio.
Para a maioria das pessoas eu sou uma maluca que deixa o marido e os filhos em casa, chega às tantas carregada com uma mochila, ainda com o cabelo húmido e com um ar cansado. Deixa ser... a verdade é que estas mesmas pessoas me perguntam vezes sem conta que faço eu para ter tão bom aspecto e como é que consegui perder todos aqueles quilos.
Pois é... normalmente eu conto resumidamente o que faço, que vou ao Ginásio, não como tudo o que me apetece, blá blá blá... Mas há dias em que tenho uma vontade enorme de despejar bem alto e com as letrinhas todas:
- Eh pá! Que tal increverem-se e frequentarem assiduamente a porra de um Ginásio e mexerem esse cu?

Mudando de tom de voz, quero aqui dizer que é muito importante para mim o exercício físico porque me faz sentir maravilhosamente bem, tanto física como psicologicamente. Tudo em mim melhorou desde que pratico regularmente. Aconselho vivamente.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Lápis e caderno de capa preta

Tenho escrito tão pouco ultimamente... não tenho tido grande vontade de escrever.
Imagino que o facto de gostar de escrever não significa que a vontade de o fazer tenha que estar sempre ao mesmo nível.
Mas, agora me apercebo, na realidade não deixei de escrever, apenas escrevo menos. O que acontece é que eu escrevo em vários "sítios" e tenho escrito menos num deles, nomeadamente no meu diário manuscrito. É por isso que tenho a sensação que ando a escrever menos.
Qualquer coisa que me acontece, tenho imediatamente a seguir vontade de a escrever no papel ou no computador. Deve ser assim que se revelam e se manifestam os escritores, temos vontade de escrever tudo. O meu gosto pela escrita tem como base a vontade que tenho de registar datas, factos, pensamentos e opiniões. Foi desta maneira que desenvolvi este gosto.
Li algures que o verdadeiro escritor nunca larga o lápis e o caderno de capa preta, recusando-se a abraçar as novas tecnologias.
Para ser sincera, ainda não percebi em que "sítio" mais gosto de escrever, se no PC, se no caderno de capa colorida que está à cabeceira da minha cama...
E vocês, onde gostam mais de escrever?
Fico à espera de comentários.
:-)

sábado, 20 de janeiro de 2007

Nem de propósito...

... no dia a seguir a ter publicado o último post aconteceu-me mais um episódio que poderia ter escrito nesse dia.
Entrou na loja um senhor com um ar muito simples, cumprimentei-o e esperei que ele dissesse o que queria. Perguntou-me:- Tem cá fox?
A minha mente que tem 13 anos de prática destas coisas começou imediatamente a trabalhar a toda a velocidade tentando descobrir que raio quereria aquilo dizer.
Uma das grandes dificuldades que qualquer empregado de balcão tem, é descobrir o que o cliente quer quando este não se sabe explicar, sem ferir sentimentos, ou seja, questionar o cliente no sentido de perceber o que ele quer sem dar a entender que ele é que não sabe pedir o que quer comprar. Garanto-vos que é mais complicado do que parece à primeira vista...
Já escrevi algures que profissionalmente lido com todos os tipos de pessoas e há pessoas que não sabem falar, umas por vergonha outras por falta de cultura e aquele cliente sofria de ambas.
A certa altura vi-me obrigada a confessar:- Desculpe, mas não entendo o que o senhor me está a pedir... o senhor quer um fox?
Ele fez que sim com a cabeça ao mesmo tempo que fazia um gesto com a mão e eu entendi o que ele queria. Queria uma lanterna e há quem chame foco às lanternas... portanto, ele queria um fox...
A minha vida é feita de cenas deste género... às vezes tem montes de piada, outras vezes... nem por isso...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Palavras

Quando ouço o que passo a escrever, normalmente fico um segundo de boca aberta a tentar perceber que quererá aquilo dizer. Convém salientar que estas "palavras" são ouvidas no meio de frases e se decifro o que aí vem num segundo, acho que até sou bastante rápida.

Estóru = Estore
Cápsulas = Escápulas
Cabeça = Fogão
Euróze = Euro
Benzovac = Benzina
Água forte = Ácido muriático
Senásol = Sonasol
Pitróil = Petróleo
Celarin = Solarine
Fóifros = Fósforos

Mas há mais... frases que eu ouço e classifico, muito à jeune mode, de "frases dah!!!"

- Então faça lá isso à sua vontade e rapidamente. (esta é das melhores que ouvi até hoje)

- Quer transparente ou incolor? (fica difícil escolher...)

- Quando chegar alto mande parar. (que máximo!)

- Tem cá coiso prós cortinados? (é verdade, é mesmo assim...infelizmente a malta não sabe falar)

- Queria uma coisa mas se calhar não tem, não está à vista... (quando ouço isto, sugiro:- se perguntar é mais rápido...)

- Não se importa que pague com "miúdos"? (quando se está mesmo a ver que se fosse absolutamente sincera responderia que me importo, sim... e muito!)

- Está a falar comigo? (pois, se não está mais ninguém presente...)

- Ai que impressão que me faz a Gina escrever nos papelinhos!... (existe uma solução ideal para esta impressão: não olhe!)

- Tem pentes para a caspa? (!!!)

É verdade, malta... eu já ouvi tudo isto que acabei de relatar.
Esta última é flagrante... então não se está mesmo a ver que lá em casa há piolhos??? Ai... e eu sem poder dizer nada nem rir só um bocadinho...

domingo, 14 de janeiro de 2007

Mudança de rumo

Toda a minha vida tenho tido uma grande dificuldade em lidar com pessoas. Não, não é (só) timidez... é que eu tenho o péssimo hábito de esperar que as pessoas me desiludam e para além disso observo e analizo demais... fui sempre assim.
Há uns tempos atrás, eu dava comigo a pensar que não tinha amigos, nem sequer colegas de trabalho. Não me dava com pessoas da minha idade, não havia perto de mim ninguém que falasse a mesma "língua" que eu. A minha vida era somente maternidade, matrimónio e trabalho, mais nada.
Mas, ao longo do ano passado a minha vida tomou um novo rumo no campo da amizade. Essa mudança aconteceu progressivamente e sem que houvesse planos nesse sentido. Sem dar conta eu comecei a dar-me às pessoas.
Agora tenho mais maturidade e sei melhor como me relacionar com as pessoas, tento a todo o custo não ligar ao que não gosto de ouvir.
Só há um contra... é que agora que sou mais madura, tenho a intuição muito mais apurada e há ocasiões em que é tão difícil não ligar ao que estou a ouvir...
Enfim... há que saber viver!

Sim...

... o post anterior relata um episódio da minha vida. Aquele casal que foi jantar a um restaurante sou eu e o meu marido. Resolvi escrevê-lo de outra forma, como se não tivese sido eu a vivê-lo.
Se eu me excluir da minha vida, se sair de dentro da minha pessoa, consigo ver-me como sou vista e isso ajuda-me a compreender quão feliz eu sou.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

O convite

Lisboa, 29 de Dezembro de 2006


Ao amado esposo...

... eu convido a jantar comigo no próximo Sábado dia 6 de Janeiro de 2007 pelas 20 horas no já nosso conhecido Restaurante Afreudite que ambos sabemos onde se encontra.
Apenas exijo que vás de barbinha feita, pois acredito que o resto estará óptimo de qualquer maneira.
Agradeço desde já a tua comparência no supracitado restaurante.
Um ganda beijo na bouche desta que te grama assim aos molhos...

Ele aceitou... nem se esperaria outra coisa, obviamente!
Assim sendo, o dia chegou e lá foram eles. O restaurante tem uma decoração simplesmente magnífica. Em cima das mesas há velas acesas e pot pouri que exala um suave perfume ao mesmo tempo que dá um toque de cor ao ambiente. Nas paredes há nichos onde também estão velas acesas o que faz com que a luminosidade seja pouca, criando uma atmosfera propícia ao romance. Todo este cenário transmite conforto, aconchego, paixão e desejo. Quase sem se dar por isso, as vozes saem em sussurro para não quebrar o encanto do lugar.
O menu também não lhe fica atrás, cada prato tem uma descrição pormenorizada no sentido de dar a conhecer como se sentirá quem o comer. Há quem não goste deste tipo de restaurante, alegando que é demasiado sugestivo... pois então não é comum que se acenda o desejo através de qualquer um dos cinco sentidos? Porque não através do paladar?
Instalaram-se numa mesa que ficava num cantinho muito agradável- aquele restaurante é cheio de cantinhos todos eles muito agradáveis. Pediram a entrada e enquanto esperavam iam petiscando o que já se encontrava em cima da mesa.
- Que achas desta nova fase da nossa vida?- arriscou ela.
- Como assim?
- A quantidade de amigos que arranjámos o ano passado e o facto de sairmos com eles regularmente...
- Eu acho que tu estás a gostar muito e tens medo que eu não goste tanto...- ela abanou a cabeça concordando- eu simplesmente estou apreensivo e receoso. Mas acho que existe a grande vantagem de não termos que seguir nenhum modelo, não há o medo de fugir à regra, cada um segue a sua vida sem estar à espera de nenhum tipo de aceitação.
- Não existe a componente espiritual- afirma ela- não há aquela pressão "não comas, não faças, não digas". Eu também gosto dessa liberdade, ninguém está à espera que eu me porte desta ou daquela maneira. No entanto... isso significa que não existem grandes afinidades entre nós, o que a longo prazo pode ser mau. Façamos o que fizermos estamos sempre num patamar diferente.
A conversa foi interrompida para fazerem o pedido. Ela retomou a conversa mudando de assunto:
- Então, gostas de estar aqui comigo? Gostaste da surpresa?- já sabia a resposta, mas ia adorar ouvir.
- Claro que sim, minha linda- deram as mãos em cima da mesa.
Continuaram a falar acerca do gosto que ela tem pela escrita. A certa altura ele disse:
- Fiquei muito contente quando tu começaste a escrever no teu diário e mais tarde no blog. Foi algo que te foste habituando a fazer e aos poucos passou a fazer parte de ti. Agora... em relação ao diário é lógico que ao princípio me deu curiosidade de saber o que estarias a escrever com tanta ansiedade...
- É... eu tenho muita vergonha que leiam o que escrevo. No início, quando publicava um post no meu blog, nem ia ver como tinha ficado senão apagava tudo. Agora já estou mais habituada, mas custou-me um bocado esta exposição da minha personalidade e da minha vida. Mas como gosto de escrever lá fui continuando. Tu também podias escrever qualquer coisa.
- Eu já tive esse gosto e essa capacidade mas perdi-os. Acho que se recomeçasse a escrever seria sempre na base da ironia e do sarcasmo. Algo do género: "Como criar uma bomba para fazer explodir a Assembleia da República"- riram os dois.
Falaram de muitas outras coisas enquanto saboreavam a comida e a bebida- ambas divinais- e desfrutavam da companhia um do outro tentando absorver cada bocadinho como sendo especial.
Terminaram a saída com um passeio a pé pelo Parque das Nações...

domingo, 7 de janeiro de 2007

Dúvida existencial

Se só os adolescentes têm dúvidas existenciais, não sei... o que eu sei é que às vezes também me surge a pergunta: que andarei eu a fazer por cá?
Há quem defenda que o ser humano terá a sua missão cumprida neste mundo se fizer um filho, plantar uma árvore e escrever um livro.
Bem... a minha prole é composta de dois elementos que ainda por cima têm a particularidade de possuir o mais lindo sorriso (a rica filha) e o mais belo par de olhos (o rico filho) que existem neste mundo (lol), plantei uma árvore na escola e escrevo sempre que posso, digamos que aos poucos estou a escrever um livro.
Tenho a missão cumprida segundo dita a carola que inventou tais normas para a existência da malta neste mundo.
Quando aprofundo mais esta questão acerca do que andarei por cá a fazer vem-me ao pensamento que o papel principal e quiçá fundamental da minha existência é ser o elemento apaziguador das hostilidades domésticas... pois é, mas esse papel não me satisfaz nem me completa, sabe-me a pouco. Se calhar é porque as hostilidades domésticas são mais que muitas e eu não as apaziguo todas.
Terei uma capacidade invulgar para manipular? Ainda que não tenha medo de ter uma opinião, tenho medo de a mostrar. Então como é que isto é possível? Parece-me que a minha personalidade anda sempre em desiquilíbrio... manipuladora e insegura ao mesmo tempo. Soa-me muito estranho.. tão estranho que nem entendo...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Tou sem tempo...


Ai... o meu blog anda tão desamparado coitadinho... e eu sem tempo quase nenhum para ele. Quero ver se no próximo fim de semana escrevo qualquer coisita.

E agora, à falta de melhor, aqui fica uma foto a lembrar o Verão de 2006.