- Tu que escreves tudo e mais alguma coisa, já escreveste sobre o meu gosto pela culinária? - perguntou-me ele em certo dia.
- Não mas já me tinha lembrado de escrever sobre essa tua recente actividade...
É hoje, é hoje, é hoje!!! Lá vai:
Até à data do verdadeiro início da culinária do Luís, ele estava proibido de mexer no meu fogão e na minha cozinha, não por ser desarrumado mas por não arrumar nada do que tirava do lugar. Já que quem tinha que arrumar o que ele desarrumava para cozinhar era eu, quando muito, deixava-o fazer omeletas e olhe lá.
Dá para entender o parágrafo acima, não dá? Óptimo! Continuando...
Um dia um amigo, que para além de nosso amigo é um excelente cozinheiro, foi visitá-lo à loja e começou a falar-lhe do arroz de atum - que era muita fácil de fazer e que era muita bom e hás-de experimentar que eu digo-te como é e tal. E disse. O Luís entusiasmou-se com a ideia e fez o arroz de atum. Mas... antes de ele se lançar à cozinha e ao fogão, lembrei-o:
- Olha, se é para vires par' aqui para me deixar tudo como já se sabe faz meia volta e volve que cozinho eu!
Ele disse que sim, que arrumava tudo e arrumou.
O arroz de atum ficou muito saboroso, mesmo bom. Depois começou a fazer para os amigos e os amigos gostaram e elogiavam-no muito e ele passou do entusiasmo ao deleite e eu… também. Só o descanso... Ah! E arrumava (e arruma) sempre tudo no sítio!
De seguida mais receitas vieram pelo amigo - feijoada à transmontana ou de marisco, bife à “marrare” (que também pode ser com hamburgers ou costeletas), carne à Braz… até é capaz de haver mais mas agora não me lembro. Só me estou a lembrar da sangria, ai a sangria que o Luís faz é tão boa, pá!
E agora aqui fica a receita do arroz de atum ditada pelo Luís:
Usa-se uma lata e meia de atum para cada pessoa. Cá em casa uso 6 latas de atum e uma chávena almoçadeira de arroz Basmati.
Para o refogado usa-se o óleo de 3 das latas de atum, uma cebola picada, 3 dentes de alho esmagados, uma folha de louro partida aos bocadinhos (tira o veio porque faz mal), uma malagueta, um caldo de peixe, um pouco de sal e deixas marinar em lume brando. Não esqueças de pôr um bocadinho de vinho branco.
Enquanto o refogado refoga, lavas o arroz que deve ser Basmati pois é um arroz muito aromático e apaladado.
Entretanto já deves ter posto todo o atum no refogado, mexendo de vez em quando. De seguida deitas o arroz já escorrido e lavado e deixas estar ali a apurar até abrir; até ficar transparente.
Provas de sal e adicionas água até um dedo acima do arroz, não mais que isso. Levantas o lume, esperas que ferva e quando ferver baixas o lume e contas 7 minutos, nem mais nem menos, para o arroz estar cozido.
P.S. É bom que não te esqueças como eu, que o refogado também leva tomate... um ou dois...
Recomendo:
Come que nem um desalmado! Encharca-te no beber!