Era uma vez uma família desendinheirada e pesarosa por não ter férias em conjunto. E era outra vez um email a circular na Internet falando acerca do possível visionamento de duas luas em determinada noite de Agosto.
A família desendinheirada e pesarosa achou que aquele seria um bom motivo para um passeio nocturno e para todos conviverem - alegremente, de preferência - pois que havia já muito não passeavam ou faziam coisas juntos. Havendo concordância, eles assim fizeram.
(Parentesis necessário, creio, para melhor compreensão:
A família desendinheirada e pesarosa por não haver férias em conjunto é a que vive aqui comigo e contando comigo, pois claro.
E, já agora, afirmo que não faço ideia se a palavra 'desendinheirada' existe mas que não me vou certificar da sua existência a fonte de informação nenhuma.)
A noite apresentava-se clara embora nublada e corria um vento refrescante, mas rente à demasia em matéria de fresco na minha opinião.
E andávamos todos de nariz no ar, à procura das luas. Não se via a Lua... Não se via nem sequer uma lua, a Lua, quero eu dizer!
Começámos a duvidar da veracidade do email e percebemos que estávamos era a ir atrás de uma ideia falsa. Ora bolas...! Não se via sequer a Lua, quanto mais o Marte! Bolas, bolas e bolas!
Entretanto o Luís lembra que não havia corrido notícia nenhuma sobre o assunto e eu rematei que nesta família ninguém vê notícias...
E continuávamos todos de nariz no ar à procura de luas mas não se via nem uma lua, quanto mais duas...
Quando finalmente ficámos convencidos da falsidade do email invadiu-nos alguma perplexidade. Eu, principalmente eu, custou-me um bocado digerir a ideia de que tinha sido enganada. Os restantes elementos desta família estavam na boa... gostaram do passeio.
Conhecendo-me como a minha família me conhece, logo choveram propostas de posts aqui para o blogue:
Rica filha exclamou: - Mãe, já tens mais um tema para post!
Rico filho perguntou: - Ó mãe, tu vais escrever isto não vais?
Perante a 'insistência' dos ricos filhos e a minha pouca vontade de escrever um post onde parecemos parvinhos por acreditar em algo tão fenomenal sem antes pesquisar, o Luís disse: - Acho que devias escrever. Olha, a mim soube-me muito bem este passeio. Está uma noite espectacular! Devias escrever sobre esse ponto de vista. Afinal há tanto tempo que não passeávamos juntos... Eu gostei muito.
Respondi que era bem capaz de escrever qualquer coisita mas primeiro tinha que digerir a coisa. Naquela altura ainda não tinha a certeza de ser capaz de escrever acerca deste episódio tão singular porque ainda me estava a sentir... parvinha.
E está escrito.
De seguida estão duas fotos tiradas ontem à noite na Póvoa da Galega - uma (mais uma!) das terreolas saloias que eu gosto. As fotos foram tiradas à Lua, porque este post já me andava a baliar na cabeça.