Sim, sim!... É Seat Ritmo e não Fiat Ritmo...
Estávamos em 1992 e posso dizer que este também foi um carro especial mas, pelos menos sob o meu ponto de vista, foi especial por motivos diferentes - era tão feio... mas... habituei-me a ser conduzida num carro que considerava muito feio. Depois de estar lá dentro, a estética do carro já não interessava para nada por já não ser lembrada, uma vez que de dentro do carro a parte de fora não é visualizada. No fim das contas, um carro serve para nos levar a algum lado e não para ser admirado, não é verdade? E foi com esta ideia que me habituei.
Ora, o Ritmo tinha uma particularidade - as letras da matrícula formavam a palavra "CU". O registo deste carro era de 1981, poucos anos depois da Revolução de Abril de '74. Anteriormente a 1974, julgo que jamais se deixaria circular na via pública um carro cuja matrícula formasse uma palavra "feia". O facto de a partir dessa data se deixar, penso que se deve a um certo sentimento de libertação que se respirava neste país e que eu não me apercebi por inteiro por ser demasiado nova nos anos 70 e início dos anos 80. O que é certo é que eu nunca me importei minimamente com o facto de ter um carro com um "CU" na matrícula...
Ainda não foi com este carro que me tornei condutora e nem sequer me lembro de alguma vez o ter conduzido só para experimentar. Não tenho nada na memória a esse respeito mas tenho outras memórias, como por exemplo: as marcas dos dentinhos da Ana Cláudia nas portas de trás. A rica filha entretinha-se a arrancar com os dentes bocadinhos da napa que forrava as portas do carro. Nessa altura ela já tinha cedido a cadeirinha de bebé ao mano e por isso ficava mais liberta para "explorar o terreno". Outra memória que tenho é a de uma ocasião em que estivemos estacionados por causa de qualquer coisa que agora não me ocorre, e as portas dianteiras do carro estava escancaradas. O rico filho que devia ter uns 18 meses na altura, andou meia hora em círculos. Ou seja, entrava na porta do lado do condutor, atravessava os bancos da frente de gatas e saía na porta do lado do pendura. Depois dava a volta por fora do carro e voltava a fazer o mesmo circuito. Ao fim de meia hora, contada por mim que o observava admirada e divertida, cansou-se e arranjou outra brincadeira. Apenas com estes dois pequenos episódios se pode verificar quão "sossegadinhos" eram os ricos filhos...
À parte eu considerar o Ritmo um dos carro mais feios que foi inventado até hoje, foi este o carro que tivemos menos tempo na nossa posse e por isso tenho tão poucas recordações.
Um dia apareceu um negócio para aquisição de um outro carro melhor e mais novo e houve necessidade de nos desfazermos do Ritmo. Curiosamente, o Ritmo foi vendido a este senhor... Já depois de vendido, houve um incêndio na garagem onde o sr. Vicente o guardava e assim, aquele Seat Ritmo 65 CL é, também ele, já extinto.
Para já, seguidamente seguem-se já de seguida algumas fotos devidamente legendadas da "máquina".
Este é o Luís a tratar de uma das avarias do Ritmo que até nem foram assim tantas comparando este carro ao Vauxall.
Por coincidência, no post anterior desta etiqueta, está publicado uma foto do Vauxall exactamente neste sítio. Posso revelar que esta é uma das ruas de um dos bairros mais antigos de Lisboa - Picheleira.
Aqui sou eu a lavar o Ritmo numa fonte que existia muito próxima da Escola
Cesário Verde. Hoje, tanto a fonte como a escola, não existem. Essa inexistência deve-se à evolução e neste caso, a evolução chama-se construção de novos prédios e Viaduto das Olaias.
Nesta foto aparecem o Luís, também a lavar o carro e a Ana Cláudia que não parava sossegada, evidentemente. Ó pa ela tão piquinina!...
Aqui e assim me despeço - com uma foto de "corpo inteiro" do Ritmo em terras algarvias durante uma estadia de férias.