sábado, 31 de janeiro de 2009

Há pessoas tão extremosas


É verdade. Há mesmo. Há pessoas que não tiram as protecções de papel que forram os fechos das malas. Compram-nas e depois passeiam-nas assim, não vá aquilo estragar-se mais depressa e se tenha que ir comprar outra à pressa e depois já nem se encontra igual nem nada.
É de frisar que a mala em questão era preta e os papéis protectores eram brancos. Alto contraste. Muito alto. Assim como o Bruno Nogueira. Gigantesco. Apenas em altura mas gigantesco à mesma.

Mas há mais. Pois há. Há pessoas que não abandonam a soleira da porta do prédio porque está a chover. Ficam ali, de chapéu em riste, com um ar desolado e esperançado ao mesmo tempo.
À partida, o que parece é que a pessoa está ali e nem percebe que se está a molhar. Eh pá mas está! Então ela não percebe? Pelo visto… não.

Acrescentamento
Há dias em que me sinto a mais inteligente das criaturas. E há dias em que tenho assunto para escrever graças às pobres criaturas que não são tão inteligentes quanto eu.

???


Não sei o que dará na cabeça dos vendedores que eu aturo para que me leiam o catálogo dos produtos que vendem…
Vou desfolhando, parando aqui e ali, aquando de algo que considere interessante ou que tenha em falta, e aquela malta lê-me o catálogo!...

- Ó senhor Gonçalo! Deixe estar que eu sei ler, obrigada. Assim só consegue demorar-nos mais. A si e a mim.É que eu tenho o chão para varrer e os vidros para lavar. Tudo coisas muito mais interessantes que ouvir a sua voz enfadonha lendo aquilo que já conheço bem. Vá lá.

Pujança


É muito bom que já não haja um só par de braços másculos e pujantes cá por casa. Maravilha! Assim, se faltar o par de braços mais velho, sempre há um outro par, mais moço, é verdade, mas não menos pujante.

- Rico filho! Abre aqui este frasco à mãe, se faz favor!

E ele abre! Com uma facilidade extraordinária! Meu rico filho!

Sentimentos reais


Os sentimentos são todos reais. Não consigo inventar um sentimento novo. Um que seja! Não os há por criar, tenho-os todos cá dentro. Tenho todos os sentimentos e atitudes do mundo em mim. Os maus, os bons, os nobres, os egoístas - todos! Quando afloram, é sempre em estado puro. Apenas a intensidade difere, e isto, por causa das circunstâncias.
Aqui não me envergonho de mostrar os sentimentos, não me envergonho de dizer que tenho mil e uma caras e que a que estou a mostrar neste momento pode ser uma máscara. Não me envergonho de dizer que extravaso e que finjo que extravaso, ou que sou tão terna e humilde, quanto perversa e má.
Sendo que é - e a menos que eu mude sempre assim será - muito mais visível em mim tudo o que sejam coisas más, há tempos dei-me conta que estaria a exaltar apenas as coisas más, sempre que aqui escrevo. Quis saber se alguém teria reparado e, ao que parece, ninguém reparou.
Neste momento não sei se o sentimento que ficou é mau ou bom. Interessa-me saber, porque é assim que me conheço e admito.
Apenas sei que é mau porque o que escrevo, afinal, não demonstra o meu estado e isso significa que me exprimo mal, e é bom porque lá vou conseguindo inventar uma imagem boa de mim.
No entanto, quando admito que tento o contrário, volta a ser mau.
Ele há dias, em que a minha vida me parece ser composta e mantida, apenas e só, por mentiras e vaidades.

As vacas


Segue post relativo a vacas. Em querendo, pode-se relacioná-lo com o que se encontra aqui, embora este post não exista por causa desse. Este post existe porque eu fui ver as vacas.
O desenvolvimento propriamente dito vem depois da foto.















Afinal não há foto nenhuma!

Fui ver as vacas que se crê andem ali para os lados da Praça de Espanha mas não cheguei ao sítio que as há porque o tempo livre não ia chegar para a volta. Seria um passeio demasiado longo e eu até sou assim como que responsável e até nem gosto nada de chegar atrasada às lides laborais, pois é.
Entretanto, e para prolongar este post, acrescento que no caminho para lá me senti para aí umas mil vezes arrependida por me lembrar de passear à hora de almoço dos escriturários - ou coisa que os valha! - daquela zona. Eh lá! Pareciam formigas espantadas por algum pisão, fugindo em todas as direcções. Seguiam, inclusive, na direcção das lides laborais deles. Assim como eu... mas na volta! Porque à ida... era para ver as vacas!

Por causa da horizontalidade do post anterior, lembrei-me disto:


Alguém perguntava com regularidade:
- Então e o avozinho, vai bem?
A entoação era carinhosa e a pergunta dirigia-se a uma senhora que havia lá na rua.
Escrevo no passado porque tanto a senhora como o avozinho já morreram.
A resposta era dada com um encolher de ombros resignado e uma pontinha de desdém:
- O meu marido ficou na posição horizontal…
O avozinho passava muitas horas deitado pela velhice e pela consequente falta de saúde. E também não era flor que se cheirasse.
Há pessoas de quem eu me lembro com saudade, mesmo que não cheirassem lá muito bem. É este o caso.
Às vezes, escrevo propositadamente sobre certas pessoas para mais dificilmente me esquecer delas.

As putas


Neste post, a vontade de escrever chegou porque ouvi parte de uma conversa.

Dizia ela:
- Eu fico sempre aqui neste sítio até às oito!... A ver se faço alguma coisa hoje!...

Possivelmente terei escutado a parte mais desinteressante da conversa mas por ora isso não tem qualquer importância.
A baixa lisboeta é manifestamente peculiar em etnias e escalões sociais de baixa estirpe. Há putas e bandidos com fartura. Estes misturam-se com aqueles - os que, supostamente falando, vivem no degrau de cima.
Depois há os cheiros, os sons, as cores... e há as putas. É verdade. Outra vez as putas.
Aquela da qual eu escutei a frase que figura no cimo deste post, estava no posto de guardiã da esquina onde se encontrava, um local que aparentemente não é pertença de ninguém mas ela lá estava, esperando clientela que justificasse a guarda.
Quando respondeu, percebi que era porque 'ele' (aqui leia-se 'cliente') lhe perguntara se ela estaria ali ao depois, para que se fizesse o negócio porque naquela hora parecia não dar muito jeito.
Privar horizontalmente por vezes é um negócio... difícil. Não creio que seja uma vida tão fácil quanto se diz por aí.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Olha, que maneiro!


A Bell entregou-me um prémio que muito apreciei e aqui agradeço. Ao que parece o meu blogue é maneiro...



“As regras para participar deste selo são:

1- Exibe a imagem do selo “Olha Que Blogue Maneiro” que acabaste de ganhar!

2- Posta o link do blogue que te indicou.

3- Indica 10 blogues da tua preferência.

4- Avisa os autores/as dos blogues que indcaste.

5- Publica as regras.

6- Confere se os blogues indicados repassaram o selo e as regras.

7- Envia uma foto tua ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com, juntamente com os 10 links dos blogues indicados para verificação.

Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias receberás uma caricatura em P&B.”


Devo dizer que o ponto número três tem piada cumprir porque os blogues que eu sigo habitualmente são onze. Sendo que o da Bell já foi premiado, vou colocar os link's dos restantes dez, mas não sem dizer que há um deles que é dos blogues que leio há mais tempo do que o meu próprio blogue existe. Sigo esse blogue com muito interesse sem que nunca lá deixasse qualquer comentário. O autor desse blogue nem faz ideia que 'eu' existo...

http://biclaranja.blogs.sapo.pt/

http://manhas-claras.blogspot.com/

http://dona-redonda.blogspot.com/

http://migalhasemigalhinhas.blogspot.com/

http://in-mutabilidade.blogspot.com/

http://minhanuvem.blogspot.com/

http://oblogquetevequeternome.blogspot.com/

http://mariatardia.blogspot.com/

http://tretaseoutras.blogspot.com/

http://vekikiprojects.blogspot.com/

P.S. Eu poderia achar piada a receber uma caricatura em P&B, pois podia, se soubesse o que isso é... espera aí! Será Preto & Branco!?



terça-feira, 27 de janeiro de 2009

- Quero uma dúzia de molas para a roupa, por favor!


Eu devia aprender a dizer o preço das coisas com um tom de voz (ainda) mais neutro e imparcial. Ofendi outra vez uma pobre senhora quando lhe disse o preço de uma dúzia de molas. Credo! Parecia ela que me ia engolir tamanha era a indignação perante o meu descaramento.
Pensei que uma boa maneira de poupar dinheiro em molas, é prender a roupa com os dentes e ficar muito quietinha à espera que seque. Devia ter verbalizado este pensamento. Fica para uma próxima vez. Isto, se ela (a vez) existir.

Pequenas descobertas do dia de hoje


Se um chinês falar com alguém ao telemóvel em alta-voz, e se a conversa for na língua materna deles, tem na mesma a sua privacidade garantida pois ninguém percebe patavina do que eles dizem. É que nem pela entoação se lá vai!

Uma senhora gabou-se que teve notas altíssimas a matemática, isto no tempo dela. Diz ela que os jovens de hoje em dia jamais conseguiriam tal feito. E depois, e é aí que está a minha descoberta, diz que não se 'dá' com o euro...

O mundo


Às vezes tenho o mundo à cabeceira. Porém, outras há, em que o tenho no olhar dos meus filhos. Antes assim.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Meia dúzia


A Bell passou-me o seguinte meme:

Conta 6 coisas aleatórias sobre ti.

As regras são:

Linkar a pessoa que te indicou;

Escrever as regras do meme no teu blogue;

Indicar mais 6 pessoas e colocar os links no final do post;

Deixar a pessoa saber que tu a indicaste, deixando-lhe um comentário no seu blogue.


1 - Quando estou embrenhada em pensamentos e alguém me 'acorda', costumo responder com um espantado e sonante 'Hã?'.

2 - A primeira impressão que dou a quem me acaba de conhecer é a de que não sou lá muito simpática.

3 - Faço bolos e arroz-doce todos os fins de semana. Na verdade, estou viciada nisso. Quando não tenho tempo de os fazer, sofro os sintomas da privação. A privação de não os comer, pois claro!

4 - Sinto algo rente ao pânico de que alguém me interprete erradamente.

5 - Tenho uma grande facilidade em fixar datas, bem como pequenos episódios que veja ou viva, detenho-os na memória meses se preciso for e se achar que têm importância suficiente para ocupar espaço no meu blogue. E sou tão aérea e desconcentrada que sou incapaz de fazer um exercício contando as repetições, ou lembrar o que comi no dia anterior, ou ouvir alguém contar uma longa história.

6 - Sou impaciente para quem não me escuta.



E agora o que resta é desafiar quem por aqui passar e se que se sinta desafiado/a. Não desafio ninguém em particular porque não leio assim muitos blogues e os poucos que leio, uma grande parte já respondeu a este desafio.
Se alguém aceitar este desafio, peço que me notifique para que eu possa ler.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Peixinhos



Um aquário é algo que me prende a atenção. Em muito... Lembrei-me que esse prendimento poderá dever-se ao facto de os peixes não falarem e, por isso, a minha atenção não se desvia.

Este fim de semana...


... fomos a banhos e a gelados... mas sem os banhos!




sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Orgulho


Eu, espécime feminino que sou, orgulho-me de ter enraizadas em mim todas as características femininas. São todas más... mas eu gosto tanto de ser má...
O que vale a mim, é que eu sei como virá-las do avesso até parecerem características das boas.

Lá estou eu a escrever daqueles post's que enxotam os prezados leitores. Não deve andar por aqui ninguém que me queira ver e conhecer... sou mesmo má...

Oferecimento


Alguém me observava interessadamente enquanto eu espalhava creme nas mãos. Num gesto instintivo ofereci o frasco do creme, pronta a partilhar prazer e bem-estar.
Ainda que tivesse havido uma recusa por parte do convidado, senti-me como se estivesse lá no Oeste americano, numa roda de índios sentados de pernas cruzadas e ostentando pacificamente os seus toucados de penas, fumando o cachimbo da paz.

Traição


Atravessei o pátio do costume. O homem, que já antes eu vira entrar com uns tubos de galvanizado na mão, tinha-os envolto em papel de jornal e ateara-lhes fogo. Espantada, parei um pouco a observá-lo.
- Então, está com frio? - perguntei eu.
- Não - disse ele - o fogo é para os desenroscar. Preciso deles!
Encolheu os ombros como se aquele fosse o único remédio ao dispor. Mentalmente abanei a cabeça em jeito de desaprovação. Afinal de contas, aquele é um material obsoleto e sempre há lojas onde se pode comprar aquilo de que se precisa. Sim, eu sei: reciclar é viver. Mas a malta que sobrevive do que uma loja rende, até precisa de vender e tal...
Retomei a marcha e fiz o que tinha a fazer. À vinda para cá diz-me ele:
- Todo o ser vivente é traiçoeiro!
Aproximei-me para o entender bem - queria escrever aquilo. Ante o meu ar inquiridor e súbito interesse ele hesitou um pouco, embaraçado. Repetiu a frase e depois acrescentou:
- O gato põe-se à coca do rato para o caçar à traição. E eu, também foi à traição que consegui desenroscar os tubos. Pensei «ai não queres? então 'pera aí que eu já te conto como é!» Fui traiçoeiro e consegui!

E já está! Houve alguém que deixou de vender tubo PVC a alguém que achou no lixo o tubo galvanizado de que precisava...
Não obstante, este senhor tem a sua piada. Eu cá acho.

Um elogio à minha loucura



Uma pessoa a achar-se a pior das trabalhadoras e por conseguinte, a pior das pessoas... - ele é chegar atrasada, ele é não me apetecer fazer nada (e não fazer mesmo!), ele é não me apetecer falar com ninguém, ele é nem sequer conseguir ouvir alguém, ele é ter vontade de mandar toda a gente à m... ai não se escreve que é feio!
Quando... eis que... vem ela e pimba!... Diz que eu sou espectacular, que nem sabe como eu sei o nome das coisas, para que serve, quanto custa, o sítio onde estão, que sou uma simpatia...

Ah que suspiro de felicidade dei!

Saldos! Aliás, compras!


Sou tão infeliz! Não tenho uma amiga gaja a quem contar as compras espectaculares que tenho feito nos saldos...
Gaja que é gaja e fêmea que é fêmea, tem uma data de amigas (bem... pelo menos tem uma) com quem vai beber café, ou a quem telefona contando das compras que fez, os modelos que lá havia e as cores que ainda há naquela loja assim-assim.
- Ó Luís, olha! Comprei este e este.
- Ah...
- E também estava lá aqueloutro... se calhar amanhã vou lá buscar!
- Hum... ok.
O meu universo é maioritariamente masculino. Nele não há mulheres. O blogue também é masculino mas aqui quem manda sou eu e, já que não tenho uma amiga, sempre posso escrever estas novidades. Gaja que é gaja e fêmea que é fêmea, tem que desabafar as novidades, tem que comprar e usar (óbvio!!!) coisas lindérrimas e estupendas (e pintarem-lhe as unhas e fazerem-lhe uma limpeza de pele e arranjarem-lhe o cabelo e fazerem-lhe uma massagem), para se sentir gira, interessante e inteligente por acréscimo e, sobretudo, manter esse sentimento. Eu acho. Gaja que é gaja e fêmea que é fêmea, costuma achar o mesmo que eu.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Tu cá tu lá



Aqui tenho o costume de falar só para uma pessoa. Embora saiba que aqui vem mais do que uma pessoa, quando num post me dirijo aos leitores, é no singular que o faço.
Não sei exactamente porquê mas parece-me que é porque é individual e íntimo. Também me parece que é porque fica diferente da maioria dos blogues.
É uma mania. E eu tenho a (muitas!) mania(s). Nisso sou igual a todas as pessoas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Recordação

Primeiro que nada quero aqui deixar escrito que estou fula! E estou fula porque:
Nos últimos dois dias tive minutos de puro prazer de escrita (a tal hora sexual de que já em tempos falei
aqui) na hora em que devia era estar a trabalhar.
Passei tudo para a minha pen. Sim!... Passei mesmo!... E agora não está lá... digo, na pen!
É por isso que estou fula! Os meus textos lindos, maravilhosamente escritos... ficaram no PC do boss!... Oh!... Vai ter que ficar para manhã!... :(

E agora, como os últimos post's estavam a modos que para o down e eu já não estou com aquele sentimento e não quero que 'aquilo' continue por mais tempo a ser o cartão de visita do meu blogue, há pouco lembrei-me: 'espera lá... que terei eu escrito há um ano atrás? Era giro (re)publicar aqui um post engraçado para ver se as minhas últimas queixas vão lá para baixo.
Assim fiz. Fui ver e lá estava isto:



Haverá mais algum lar assim?





Normalmente são os ricos filhos que arrumam a louça da máquina. Primeiro um arruma o tabuleiro de cima e só depois vem outro para arrumar o tabuleiro de baixo. Chamei-os da cozinha:
- Miúdos!... Há louça na máquina para arrumar!...
O miúdo estava com o comando da Playstation na mão e a miúda estava a teclar no computador. Resumindo, estavam ambos muito entretidos e empolgados com o que estavam a fazer.
Por acaso, naquele dia foram rápidos a obedecer e chegaram os dois ao mesmo tempo para executar a tarefa trazendo cada um o seu telemóvel do qual nunca (mas nunca mesmo!) se separam. Por alguns momentos ficaram a decidir quem havia de começar e quem havia de ficar para depois. Achando que estava a perder um tempo preciosíssimo a rica filha teve uma ideia brilhante:
- Olha... - disse ela - começa tu. Quando acabares manda-me uma mensagem.
Desatei a rir com o despropósito da situação... e eles também.

Foto: tirada há cerca de uma década atrás quando nem eles nem eu ainda sequer sonhávamos que um dia existiriam tarifários que incluiriam 1500 SMS's grátis a cada semana...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Vida


O que faço todos os dias, ou o que fiz todos os dias até hoje, foi salvar-me da morte. Não quero morrer e evito-o. É simples.

Vermelho


O meu blogue é verde. Se eu pintasse a verdade, pintá-la-ia de vermelho. Devia fazer um blogue novo e escrever a vermelho.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Jardim Zoológico


Passei rente à paliçada do zoo. Parei a marcha para ouvir os pi-pius e, se quis ouvir os ron-rons, tive que imaginar que ouvia. E ouvi mesmo.

'Eu conto com o Continente'


É o mais recente slogan publicitário dos hipermercados Continente. E eu venho aqui dizer mal de dois dos produtos da marca Continente. São eles: a farinha para bolos e as natas para bater.
Hoje o meu bolo de nozes não cresceu e há dias atrás, as natas não engrossaram apesar de tanto lhes bater.

Com estes dois espécimes do Continente já eu não conto. Não são 'o suficiente'. Aqui fica o meu desdém, pois!

Sem resposta



Acabei de reparar que ninguém me respondeu aqui.
Eu reparei mas mais ninguém reparou.

Às vezes penso um pouco, e o caso é mesmo para pensar pouco, na capacidade que não possuo para atrair pessoas. Sei que não atraio pessoas. Sei que não tenho a paciência necessária para isso. Sei que não escrevo de modo atraente. Estou consciente de que escrevo um monte de parvoíces. Evito até ao máximo que consigo aguentar não dizer aqui isso mesmo porque respeito quem cá vem regularmente. Repetir: "eu só o que escrevo são parvoíces", a toda a hora equivaleria a ofender a inteligência dos leitores, por poucos que sejam.
Tenho pena de ser assim, embora saiba que isto de não ser persuasiva é uma questão de feitio e não um defeito. Aguenta-se!

Acrescentamento ao post anterior


Pois tenho. Tenho vergonha de não saber mudar a porra de um pneu. Chamei o outro condutor do meu carro. E ele veio, prontamente. Quando chegou e começou a desmontar o pneu furado, disse-me que eu não iria conseguir tirá-lo. Ai! Quanto não vale um marido interessado nas minhas dificuldades?!
Este percalço serviu para eu estar parada uma boa meia hora na IC 17, a ver o movimento e a ser violentamente abanada de cada vez que passava um camião rente a mim, pois que nada mais podia fazer, e também serviu para a malta estrear o triângulo e os coletes reflectores que andam há anos aos rebolões dentro do porta bagagens.

Tive um furo!



Em dez anos de condução este foi o meu segundo furo, até nem estou mal... Quer dizer, eu até nem conduzo todos os dias, já lá vai o tempo... E o meu popozinho até tem dois condutores, assim sempre se repartem os percalços da condução... Se calhar até nem é assim uma média tão boa, esta de ter um furo a cada cinco anos...

Ó Luís! Quantos furos já tiveste tu?

Avatar


Olha! Recebi um prémio!


A Gigi está ali para o meio. Querendo é só clicar aqui que ela logo aparecerá.


Obrigada Thunderlady!

Questão


Na avenida Guerra Junqueiro, quem quer um café pede 'um cafê'.

É uma questão de pronúncia ou de contágio?

Está certo


- É a tal coisa, se tu não tivesses coisas de gaja... eras um gajo! - disse-me ele.

Pois... é aí que aquele provérbio se torna certeiro - «Se a minha avó tivesse tomates era o meu avô». Se fosse eu a tê-los... eu era o meu irmão!

Porque é que estas coisas têm tanta piada?!

A propósito de nada


Duas senhoras observavam a minha montra. Digo minha, não porque o espaço seja meu mas porque quem a compôs, mal ou bem, fui eu. Em certa altura uma delas exclamou:
- Ah... estas lojinhas assim já não se vêem...
«Pois não.» pensei eu «O que as senhoras estão a ver é pura ficção. Eu até nem estou cá dentro nem nada. E também não estou a ouvir nada do que dizem. Aí é a minha imaginação a trabalhar em vez da vossa.»

A ponta


Conheço um senhor que tem uma barriga estranha e pontiaguda. Portanto, a barriga do dito é estranha porque é pontiaguda. Há quem diga que se assemelha à quilha dum barco.
É impossível falar com o homem sem que lhe olhe para a barriga. Ele diz qualquer coisa e eu respondo olhando para aquela massa disforme.
O que será que me dá para ter estas reacções? Ainda se fosse olhar para uma barriga daquelas tão definidas que mais parecem um padrão de xadrez. Agora olhar para uma barriga pontiaguda! Oh pá!
Para mais graça lhe dar, o dito é rouco e ainda solta a voz como se tivesse a boca cheia de favas - não percebo nadinha à primeira fala. E toca de responder olhando para a barriga do homem o dobro das vezes. Muito mais do que o necessário... ai a desgraçada da minha vida!

Ouvido por aí:


Ela - Requerer é querer outra vez, não é?

Ele - !?... É...

Ela - E quantas vezes é que tu já me (re)quiseste?

Ele - ... muitas!


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Prenúncio


Subia eu uma avenida lisboeta quando uma borboleta me passou à frente dos olhos. É o prenúncio da Primavera. Eu bem que ontem me lembrei dela...


foto: Google

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

pontos resplandecentes de positividade


ponto resplandecente de positividade número um:

a estrada de Caneças já tem alcatrão novo e a malta já não tem que ficar horas presa naquela espécie de semáforo que todos transgredimos...

ponto resplandecente de positividade número dois:

sei (ainda) pôr mudanças com a mão esquerda...

ponto resplandecente de positividade número três:

voltei a sentir-me iluminada o suficiente para escrever... o que escrevo são parvoíces mas o que importa é a vontade e essa... voltou!


(acho que nunca vou deixar de escrever nem de parvejar)


Certeza


O material é tão mais certeiro, tão mais eficaz. É aquilo e já está. Nada de inventar, não se pode. Afinal acredita-se apenas no que se vê e no que realmente existe. Ou é ou não é. Eu posso escolher, eu posso fazer, eu posso mudar... É simples e claro, daí a sua eficácia. Porém, não há descanso. É tudo comigo - eu, eu, eu.
O espiritual é mais perigoso, mais complicado. Arrisco dizer que é mutável, saboreia-se como se quer, dá para inventar aquilo em que se quer acreditar, ou obter, ou 'ver'. Há tendência para se pintar o quadro como bem se entende. E há um amigo em quem se descansa à sombra da sua misericórdia, sendo que, para mais, a dita misericórdia é infinita. Sabe-se de antemão que ele tudo pode, há um prenúncio de que tudo irá fazer por aqueles que estão lá debaixo da sombra.

Tenho sentido a espiritualidade abalar de mim. Hoje não acredito em Deus como acreditava. Eu sei porquê - porque escrevo o que sinto e o que penso, porque exploro os cantos mais recônditos onde estão os pensamentos mais perturbadores, porque os disseco até os materializar e assim deixem de existir.
É ilusório, eu sei. Os pensamentos não se tornam matéria nem morrem porque são espírito.
Não sei se estou certa. Parecendo-me que sim, a certeza é rara e quando aparece é fugaz. É por causa desses momentos de certeza serem tão ténues que me pareço sempre errada. Não estou com eles no pensamento o tempo suficiente para me parecer certa.
E assim me volto para a matéria, que é sempre certeira.

Conclusão válida

Experimentar roupa é terrivelmente entediante. É pois. Dá para perceber. É o que demonstra a expressão das pessoas que compõem a bicha que se inclina até aos provadores de uma dessas lojas de marca multinacional.

Ainda bem que não disponho de dinheiro para comprar nada. Assim já não demonstro aborrecimento nenhum.

Com os olhos querendo fechar


Penúltimo pensamento do dia:

«Coitadas das pessoas que adormecem sozinhas...!»

Último pensamento do dia:

«Ah!... Como eu sou feliz!...»


(isto ontem porque hoje ainda não me deitei...)

Bom Ano 2009


Já ninguém deseja bom ano a ninguém. Já não é novidade. Já todos descrevemos a curva onde encontámos um novo ano. Agora caminhamos numa recta. A próxima curva será para encontrarmos a Primavera?
Bem, a vida é uma constante mudança. E a mudança traz novidade. Eu depois irei escrever sobre as flores e os passarinhos e o sol quentinho e as t shirt's tão giras nas montras.

Saudosa


Tenho sentido grandes saudades do Jorge. Quando ele cá estava eu lavava as mãos com água quentinha.

Post scriptum:
Eu já aqui escrevi alguma vez que odeio o frio?

Bons dias em Janeiro vêm a pagar-se em Fevereiro


E com este provérbio está tudo dito. Não queríeis frio, verdade? Eu também não. Mas antes tê-lo agora que ao depois.

Luz acesa!



Enquanto ela não se apagar, lá vai!



foto: Google

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Às escuras


Nestes dias não me tenho sentido iluminada, falta-me a luz. Quero escrever mas estou às escuras. Tenho inveja da outra de mim que sabe escrever.
Aqui continuo, por ora sem prosperar. Mal ou bem. Mal e bem.

domingo, 11 de janeiro de 2009

- Bolas! Eu por mim falo, ainda bem que não disse nada!


- Diz que as mulheres envelhecem mais depressa - disse ele.
- Sim - concordou ou outro - diz que sim.
Eu e ela entreolhámo-nos e sorrimos, não havia nada a dizer.
- Mas eu não sei se será bem assim... - continuou o primeiro deles - ou se... seremos nós que deixamos de ver tão bem.

Sugestão


Naquelas lojas de jogos para consola devia haver chocolates para a malta que vai lá só como acompanhante de alguém. Também podia haver uma mesinha pequenina só para apoiar os braços e um ou dois banquinhos, mesmo que de circunferência minúscula fossem, não faria qualquer mal.
Era mesmo só para descansar comendo um chocolatinho enquanto esperava que alguém se despachasse com a compra.

Se eu andasse a ver sapatos e cremes não me chegaria cansaço nenhum nem me lembraria de comer chocolates.

Hum...


... acabei de descobrir que posso pintar a cor do título da mesma cor que pinto o texto e que também posso aumentar o tamanho das letras do título...
Isto vai lá. Só preciso do tal do tempo. Qualquer dia estou aqui uma perita nestas coisas do HTLM que é obra!
Entretanto vou continuando e já cá venho.

Calorzinho!


Hoje esteve um dia de 'Verão' que foi uma maravilha!




sábado, 10 de janeiro de 2009

Reputação

Gosto de estragar a minha reputação. Em câmara lenta e difusa. Executo este processo tão lentamente que nem sei se já alguém reparou que a minha reputação está um tudo nada diferente...

Já reparaste?

vi de passagem...


o homem pequenino e redondinho... apesar de pequeno possui algumas coisas grandes: a barriga, a voz, a cara... e é do Sporting...! é tão ferveroso quando discute futebol com alguém... imagine-se os decibeis daquele vozeirão aquando da discussão!

a miúda do escritório... pô-dra - da-boa!... mas eu cá marimbo porque não serve para o meu prato...

o senhor Juvenal… no bolso da camisa, roçando a maminha esquerda, tem objectos muito distintos uns dos outros, ora vejamos: um busca-polos, uma caneta que é dele e só dele, papeis inúteis e em certos dias… a placa dentária!...

o meu fornecedor… pára o carro no meio da rua impedindo o trânsito de circular, abre a mala do carro e vem ter comigo para me entregar um autoclismo, bichas de chuveiro, anilhas, sifões articulados e coisas assim… sendo isto invariavelmente todas as segundas e todas as quintas... todas as segundas e todas as quintas…

Bolas altas


Lá no ginásio, as bolas que uso para fazer alguns exercícios estão lá em cima suspensas por um cabo na horizontal. E estão lá tão em cima que eu, não sendo grande, preciso de ajuda para obter uma das ditas. Às vezes anda por ali um step que eu subo e estico-me toda para lá chegar mas ultimamente não o vejo.
Então o que é que esta senhora faz? Usa a voz para pedir a alguém que ande por aquelas imediações e que meça, no mínimo, mais dez centímetros que ela.
Durante os treinos desta semana, escolhi sempre um senhor diferente para pedir o favor de me chegar uma bola. Normalmente escolho aqueles que aparentam ter quase idade para serem meus filhos. Isto a propósito de que os jovens são tão mais simpáticos mas tão mais simpáticos!
Se eu fosse pedir um favor deste tipo a um homem da minha idade, ele ia fazer cara de parvo e olhar-me desconfiado de que me faltava mas era qualquer coisa. Assim, dirigindo-me a alguém muito mais jovem que eu, sou recebida com sorrisos e ninguém fica a pensar de que falta sofrerei eu. E daí... é que os homens são todos iguais, não é?


foto: Google

Bicha


A bicha mais horrível para se estar é aquela em que esperamos penosamente a nossa vez até podermos esvaziar a bexiga.

Encoberto


Começou por me dizer que queria uma pedra 'para assim depois da barba'. Perguntei-lhe se o que queria era para estancar o sangue quando alguém se corta a fazer a barba (uma vez que ela falara em barba), disse-me que sim e eu falei-lhe do lápis hemostático. Respondeu aliviada que era isso mesmo. Fui buscar. Não era. Era algo numa caixa azul e aquilo vinha numa caixa vermelha... havia ali na prateleira uma caixa azul mesmo igual ao que ela queria. Fui buscar sabendo de antemão que não era aquilo que ela queria, mas fui buscar e expliquei o que era aquilo. Não, também não era aquilo, disse ela. Quando lhe perguntei, numa das minhas últimas investidas, para que servia realmente o que tanto queria comprar, respondeu:
- Aquilo é muito bom… serve assim para tudo…

É mal meu ou isto não se entende?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A silly season não é só o Verão


O frio tem destas coisas. Deixa as pessoas bem-dispostas e brincalhonas, tal como o calor. Ora vejamos:
Hoje, o senhor Raul*, à semelhança de todos os dias em que o vejo, estava bem disposto.
- Está um frio do caraças! - digo eu a tiritar.
- Quê?! Não 'tá nada frio. Não está frio nem está orvalho, está é um frio do...
Ri-me. E o caso não era para menos porque o homem em questão é uma curtição! Entrou encasacado até ao queixo, luvas de trabalho para acartar as bilhas de gás, que agora também dão jeito para tapar o frio e com um gorro enterrado na cabeça. Só se viam os olhos, o nariz e a boca. Prosseguiu com a brincadeira:
- Há pouco uma senhora perguntou-me se eu tinha assim tanto frio que tinha de tapar as orelhas! Se era preciso gorro! Eu cá pensei 'Ó filha...! Se quiseres dar uma abébiazita, eu sei onde pô-las para as ter bem quentinhas!...'

*é quem mais se aproxima da menina do gás que passava na TV há uns tempos atrás... a 'minha' menina do gás faz-me rir e tem bigode

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::



Eu também não tenho grandes melhoras, acho que a minha cabeça também fica um bocado esquisita com o frio.
Entrou na loja um senhor idoso de cigarro aceso na mão. Depois de o atender e blá blá blá, enquanto esperava que ele tirasse o guito da carteira e pardais ao ninho, perguntou-me se não havia desconto de cartão jovem. Respondi que não e ele insistiu um pouco mais, brincando e tal e eu respondi que o desconto que eu lhe dava era estar ali a fumar juntamente com ele enquanto acabava de o atender...

Frio! (também) Que outro assunto?


Hoje de manhã o meu carro (também) estava coberto de gelo. A água no depósito do esguicho (também) estava congelada. A temperatura era (também) negativa. Aqui em Loures os campos e até o alcatrão nas estradas (também) clarearam devido à geada.
Hum... hoje não tenho novidades. Portugal inteiro, exceptuando as ilhas, esteve sob o mesmo manto gélido. Que novidades trazer, pois?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sei



Sei que aqui vou atrás da loucura que há na liberdade.
Sei que esta liberdade é enganadora.
Sei que aqui a vontade de mandar todos à merda é terrivelmente tentadora.
Sei que aqui tudo posso escrever.
Sei que não escrevo só para mim.
Sei que tenho uma voz audível e efectiva.
Sei o deleite que sinto quando escrevo provocadoramente.
Sei que alucino por tanto gozo sentir quando alguém respondeu à minha provocação.

Sei o quanto tudo isto me liberta.
Sei o quanto tudo isto me oprime.

Conheço tudo isto em mim. Não raras vezes saltito entre uma destas sensações e os seus opostos. É na viagem vertiginosa que faço entre uma sensação e outra, que, mesmo sendo uma viagem vertiginosa entre sensações opostas, me sinto flutuar e manter o equilíbrio.


Sou de desconcentração fácil


Estive recentemente num escritório de advogados recebendo indicações dos trâmites necessários a um contrato.
Tinha que estar muito atenta para perceber tudo. Pois tinha. Mas tive tanta dificuldade em me concentrar no assunto...! Teria sido tão mais fácil se tivesse ido ali para ver os quadros nas paredes (um deles estava torto), a cor dos sofás (era creme), o tipo de aquecimento existente (havia uma salamandra na sala), a cor dos rodapés (era grenat), a garrafa de litro e meio de água (era do Luso e estava encetada) em cima da mesa (era longa e escura), na letra da advogada (era espaçada e disforme), nas sobrancelhas aparadas, nos olhos vivos e denunciantes de humanidade e sabedoria.

Teria sido tão mais fácil se tivesse ido ali para fixar cada pormenor daquele escritório...!

Que frio!


Eu já aqui tinha dito que odeio o frio?
E que o meu carro faz 'plim!' quando chega aos quatro graus?

Não, pois não?! Então aqui ficam duas novidades relativas ao dia de hoje!


A chuva? Pois que venha ela! É o que eu desejo.


foto: Google

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009


Nos últimos dias o meu blogue foi agraciado com muitos comentários. Um deles ficou-me na memória. Alguém me escreveu que quando estivermos realmente sós, então sim, gostaremos de estar com outras pessoas. Nunca me tinha apercebido dessa verdade.
Eu não estou só, mas sou só. Não me deixo intimidar pela solidão que sinto, até gosto dela. Tanto gosto que a procuro e essa procura costuma ser voluntária e inconsciente.

Gosto de estar sozinha. Se calhar gostarei de assim estar até ao dia em esteja verdadeiramente só...

Qual frio qual carapuça!


Hoje fiz uma montra recheada de 'frios' - ele é aquecedores, ele é sacos de água quente, ele é pantufas felpudas...! Mas qual quê? Quem diz que se vendeu? Nem pó!

Vende-se


Tenho lá na loja uma máquina de barbear que na etiqueta diz não ser aconselhável a menores de três anos...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Certeza


Quando à minha frente está alguém que leva a mão à orelha para ligar o aparelho auditivo, eu fico certa de que essa pessoa me quer ouvir.

Aos poucochinhos ando a descobrir certezas que tenho na vida.

Como é possível que me tenha esquecido?!



Em vez de debater assuntos inquestionáveis pela sua simplicidade, sempre posso falar com alguém acerca da nova morada da calista!... Claro!...
Ou, ainda, da nova cor da embalagem do Cif Creme com Lixívia! Agora lançaram-na em roxo... que chatice!

Evidência



A minha vida é um mar de rosas vermelhas!!!

(se eu retirar todas as coisas más...)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Porquê?


Há quem ache que é inútil acharmos os porquês para sentimentos e situações porque as coisas são como são - simples. Eu também acho. Se tentar virar a minha cabeça do avesso para descobrir porque é que gosto - ou não gosto - ou porque é que aconteceu desta maneira ou daquela, na certa não encontrarei resposta.
Mas se assim não fosse, se eu não buscasse sempre mais um pouco, se eu não tentasse saber coisas, se eu não quisesse entender, se tudo fosse inquestionável e simples pelo óbvio, falaria de quê?

Suspiro


Descobri, há não muito tempo, que o meu prazer em observar as pessoas é tão grande, quanto é pequena a paciência para estar com elas.

Perigo


Escrever é perigoso. Mostra-se a alma. Gasto do meu tempo a escrever e deixo afazeres importantes para trás.
Mas afinal que é feito da vida sem uns perigositos? Sem o prazer de não cumprir um dever? Sem balançar? Sem arriscar? E até sem cair?



Eu vivo em perigo porque se tivesse juízo não escrevia o que escrevo num blogue.


foto: Google

Engatatão


Chega pimpão, gingando e espalhando peneiras aqui e ali. Não pode ver uma mulher que fica firme e hirto, parece ele que está na parada militar em posição 'ombro-arma'. Finda a surpresa da visão vejo a postura descontrair como se deixasse de 'bater a pala' mas tivesse que continuar em formatura. Não tem qualquer relacionamento com militarismos mas talvez este aprumo todo se deva a décadas de treino marcial.

Nota:
A imagem tirei do Google. Talvez pela minha falta de experiência, e também por causa da paciência que não tenho para procurar estas coisas, esta imagem foi a melhor que arranjei. A ideia não é, de maneira nenhuma, chamar animal a ninguém.

?!?!?!


Estávamos no cabeleireiro. Na hora de lhe aparar a nuca, e como ele estivesse imerso em cabelos que haviam descido por terem sido cortados e descansavam agora no pescoço, a cabeleireira perguntou-me:

- Hum... acha que lhe tire daqui os cabelos ou a Gina depois lambe-lhe o pescoço?

Ainda eu acho que só digo parvidades!

Letras manuscritas



Esquecimento


Subia a avenida e vinha em pensamentos. Vinha a pensar que não consigo pensar mal dele. A minha natureza não me permite pensar mal das pessoas com quem tenho que lidar. Tenho que esquecer, e normalmente esqueço mesmo, pois de contrário é-me totalmente impossível estar com elas.

Conversa possível


Ontrodia apareceu-me aqui uma manchinha na rondana d’ almíni.

Atão e q’al é o porlema?! Eu cá se fosse comigo namemportava nada cuísse!


E de regresso ao ginásio:


Regressei ao ginásio! Fui recebida com votos de 'Bom Ano!', beijinhos e abraços. É bom constatar que as pessoas não se esqueceram de mim.

Está a custar-me horrores este emperramento físico em que me encontro. Agora o meu programa de treino corresponde apenas a uns míseros trinta por cento do treino que fazia há três meses atrás... Ai...! (suspiro) Mas tem que ser porque a questão é de saúde. Eu é que não estou nada habituada a estas limitações físicas e tenho já muitas saudades da Gina de Setembro. Estou a fazer-me cá uma falta...!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Se o Natal é sempre que um homem quiser, mesmo eu sendo mulher, vou escrever uma vez mais acerca do Natal


De todo o leque de vendedores que aturo, há um que se destaca peculiarmente.
O senhor Godo, era assim que ele era para se chamar mas como não passou do metro e meio de altura, de Godinho não passou.
Para começar, tem um modo de trabalhar antiquíssimo. Isso dificulta-me a lidação com ele em alto grau. Mas não é esta a parte da vida do senhor Godinho que eu quero explanar. E para explanar o que quero explanar convém esclarecer antecipadamente que não morro, de todo, de amores pelo senhor Godinho. Adiante.
Todos os anos pelo Natal, ele lembra-se de mim. E todos os anos pelo Natal me dá uma prenda... que... já não é bem-vinda e vou explicar porquê. Este Natal que ainda agora passou, recebi pela terceira vez o mesmo objecto que se vê na foto aqui por baixo. E o post continuará por baixo dela.

Pois bem! É isto. Uma balança universal!... Que me chega embrulhada em papel de fantasia amarrotado, claramente em segunda mão que ainda por cima esconde um objecto que chega pela terceira vez às minhas mãos. Se bem que este ano, este presente tenha dado azo a um post, diferindo assim dos demais anos.
Como? Ah... claro, a intenção. É o que conta, indubitavelmente. Mas com tanta repetição já começa a contar poucochinho, o que, honestamente falando, lamento.

Confissão


Há algum tempo que ando com vontade de confessar aqui uma coisa:

Eu vendo drogas.

E agora o aviso inerente à confissão:

Tem muito cuidado comigo.


Sentimento(s)


Primeiro, algures, sacudo os ombros. O objectivo é libertar-me do incómodo que sinto.

Depois faço aquilo a que chamo 'fumar um cigarro na varanda'. É o tomar de posição, aponto o nariz ao céu. Estou convencida da minha razão embora nunca ninguém a ache nos meus modos.

Fria e ténue, tomo uma injecção de apatia para ver se me aguento até chegar o dia em que torno a sacudir os ombros algures.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Terror


Resposta do rico filho a alguém que dizia não gostar de filmes de terror:

- Ya...! Qual é a piada de 'tar ali assustado?

E eu estou com ele! Mas quem achará graça a ver alguém ser esquartejado ou a ouvir grunhidos de monstros que vêm do nada?
(aqui tive que inventar um bocado porque nunca vi um filme de terror, mas deve ser mais ou menos isto que aparece por lá)
P’ra terror já tenho o meu drama quotidiano, que nunca sei se quem me entra porta adentro é para me moer a tola ou para me dizer que sou simpática…
E eu sem o ser, veja-se! Sinto cá um terror...! Que até me desiquilibra todinha!...

na festa, vi de passagem...


um homem de bigode farfalhudo... hum... como dizer... assim tipo uma escova de lavar o chão em piaçaba, mas com a piaçaba amarela do tabaco... existirá piaçaba amarela?... e amarela por causa do tabaco?... é melhor perguntar a alguém entendido nestas coisas...

uma mulher semelhante a um barril... aliás, duas mulheres semelhantes a dois (cada qual comparável ao seu, pois claro!) barris - será que algum dia irão rebentar?... posso esperar não estar por perto, pois posso?... é que não me apetece nem só um bocadinho ver...

um jovem deslocado... foi apresentado à família nessa noite... deixa lá rapaz, melhores dias virão, te garanto!... daqui a dois dias respirarás de alívio e sentirás lá ao longe as opressões face ao que viste e ouviste...

um homem semelhante a um barril... eh pá!... outro?... porra! são mais q' as mães!...

a empregada de mesa... diligentemente atarefadíssima entre copos de champanhe, chávenas de café e o bolo de claras...

e de resto... mais nada...! ó festa aborrecida...!

Neste dia número dois de 2009


Há um ano e um dia escrevi assim. À semelhança do que lá escrevi, também este ano não pude deixar de me lembrar: 'Oh!... O ano em que entrei nos 'entas' já abalou...!'
Depois lembrei-me do meu pai. Lembrei-me do que ele me disse no dia em que fiz 40 anos:
- Aos quarenta já se sabe muita coisa...
O meu pai não é como aqueles da idade dele que acham que eu não sei nada só porque tenho idade para ser filha deles. O meu pai sabe que eu tenho quarenta anos e que são quarenta anos de vivências experimentadas e nunca põe o meu conhecimento em causa apesar de ser o meu pai.

E de chuva?... Não chegará já?...





Hold On
Wilson Phillips

I know this pain
Why do lock yourself up in these chains?
No one Can change your life except for you
Don't ever let anyone step all over you
Just open your heart and your mind
Is it really fair to feel this way inside?

Some day somebody's gonna make you want to
Turn around and say goodbye
Until then baby are you going to let them
Hold you down and make you cry
Don't you know?
Don't you know things can change
Things'll go your way
If you hold on for one more day
Can you hold on for one more day
Things'll go your way
Hold on for one more day

You could sustain
Or are you comfortable with the pain?
You've got no one to blame for your unhappiness
You got yourself into your own mess
Lettin' your worries pass you by
Don't you think it's worth your time
To change your mind?

Don't you know things can change
Things'll go your way
If you hold on for one more day

If you hold on
If you hold on
Mmm... If you hold on baby
Won't you tell me now
Hold on for one more day 'Cause
It's gonna go your way
Don't you know things can change
Things'll go your way
If you hold on for one more day
Can't you change it this time

Make up your mind
Hold on Hold on
baby hold on... Turn around, Just turn around baby
Hold on for one more day, Cause
It's gonna go your way...


Este poema adequa-se à entrada no novo ano e ao meu estado de espírito dos últimos dias.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Agradecimento


Não fiz balanço do ano 2008 nem faço planos para o ano 2009. Não me sinto minimamente inclinada a isso porque tenho há vários dias uma sensação semelhante a 'mais do mesmo'. Não querendo estragar o que há de bom na minha vida, e querendo manter a sanidade mental, o melhor é deixar como está que isto já eu sei como manejar.
Mas quero agradecer publicamente todos os comentários que durante o ano passado aqui deixaram os meus leitores. Podia dizer: ' que horror! como é que alguém tem paciência para vir aqui ler esta porcaria? ' ou dizer ' mas que raio será que eu escrevo para ainda aqui continuarem estes todos? '. Podia dizer e já disse. De facto, são perguntas que me surgem muitas vezes. Não acho que escreva mal, mas também não acho que escreva mesmo bem. Acho que escrevo clara e concisamente. Creio serem estas as principais características da minha escrita.
A todos os leitores agradeço as palavras que me deixam e, principalmente, a companhia que me fazem.

Jasmim


Ontem pintei as unhas na cor Jasmim. Pelo menos é o que diz o frasco do verniz.
À noite, enquanto descascava o camarão, reparei que o fabricante do verniz podia muito bem chamar àquela cor, cor de camarão.

Ora vê lá se a cor das unhas não é igual à cor do camarão.



Para começar este ano, no que refere às letras...


Às vezes ponho-me para aqui a ler isto. E penso sempre:

«Eh pá!... Eu escrevo* p'ra caraças!»

Não concordas, ó leitor(a)?



*entenda-se em termos de quantidade

Sem balanço


Não pensei sobre o ano passado. Não me balancei para lado nenhum. Não arrumei a minha cabeça. Não quis. Não vejo, ou prevejo, que este ano venha a ser diferente. Vou para os lugares do costume, trabalhar no lugar do costume, estar com as pessoas do costume, passear nos lugares do costume, observar as coisas do costume. Porquê esperar que possa ser diferente? Dói menos se não esperar nada de diferente. Assim não terei de conter ou camuflar a frustração que sinto por não poder alterar a minha vida.